O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2001) esclarece-nos sobre o uso do termo camarão em Portugal, precisando que «esta palavra é usada em Portugal para os camarões de pequeno porte; os maiores têm denominações específicas [como] gamba, carabineiro, etc.»
De qualquer modo, apesar de as palavras gamba e carabineiro designarem camarões de maior porte, não se trata de aumentativos de camarão. Em primeiro lugar, porque designam um determinado tipo de camarão, como se pode verificar nos textos explicativos sobre gamba, que tem etimologia própria, e sobre carabineiro:
gamba — «camarão que remonta através do catalão gamba, a um latim vulgar gambarus (séc. VI) do latim cammărus/gambărus, i, caranguejo do mar, lagostim, camarão da família dos peneídeos (Parapenaeus longirrostris) encontrado em águas profundas do Mediterrâneo e do Atlântico» (ob. cit.)
carabineiro — «variedade de camarão graúdo que, depois de cozido, apresenta forte coloração vermelho-escura» (idem).
Em segundo lugar, porque gramaticalmente, um aumentativo é uma «palavra formada/derivada por meio de um sufixo ou de um prefixo que lhe imprime noções como aumento, intensificação, valores que reforçam ou aumentam o sentido da palavra, mas que também podem ser depreciativos ou pejorativos», como por exemplo «casarão, caldeirão, corpanzil, bocarra, dentuça, mulheraça».