Em português europeu, Dubai faz-se acompanhar de artigo. Em português do Brasil, Dubai não é geralmente antecedido de artigo1.
O uso de artigo definido com nomes de localidades portuguesas ou de países de língua oficial portuguesa pode, por si, ser irregular, apesar de se tentar encontrar justificação para a colocação ou omissão do artigo com estes topónimos. Quando se trata, então, do uso do artigo com nomes de países ou cidades estrangeiras, além de irregular, não há justificações tão claras2. Note-se que Cunha e Cintra, na Nova Gramática do Português Contemporâneo (Lisboa, Sá da Costa, 2002, pp. 225), afirmam que: «Sendo por definição individualizante, o nome próprio deveria dispensar o artigo. Mas, no curso da história da língua, razões diversas concorreram para que esta norma lógica nem sempre fosse observada e, hoje, há mesmo grande número de nomes próprios que exigem obrigatoriamente o acompanhamento do artigo definido.»
1 Na secção histórica do Corpus do Português, apesar das escassas ocorrências (28) de Dubai, nota-se que nos textos portugueses o topónimo tem associado o artigo definido, enquanto nos textos brasileiros ocorre sem ele. Contudo, no boletim A Folha, Boletim de Informação dos Tradutores Portugueses das Instituições Europeias, n.º 15 – Primavera de 1998, pode atestar-se o uso sem artigo definido num texto, ao que parece, produzido por uma falante de português de Portugal: «cientistas em Dubai, Emirados Árabes Unidos, conseguiram manipular os genes de um camelo» (p. 17).
2 Cf. "O uso do artigo definido com o topónimo Ucanha (Tarouca,Portugal)".