O termo montanha designa «monte muito alto e extenso», «relevo da crusta terrestre de altura considerável, de vertentes muito declivosas, que ocupa uma grande extensão», «grande volume, grande quantidade» (Grande Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora, 2010), assim como «elevação significativamente alta e de base extensa em um terreno», «cadeia extensa de elevações, constituída por montes, penedos» e «grande elevação de qualquer coisa» (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, 2009).
Ora, se tivermos como referência as definições das gramáticas e do Dicionário Terminológico para nomes coletivos1, apercebemo-nos de que o nome montanha não corresponde a um conjunto de elevações do mesmo tipo, significando, na grande maioria das vezes, uma elevação de grande volume e extensa. Por isso, montanha não se insere nos nomes coletivos, sendo um nome comum.
Repare-se que serra e cordilheira é que são nomes coletivos, pois designam conjuntos de montanhas. Não é por acaso que as serras e as cordilheiras têm nomes próprios, como, por exemplo: serra da Estrela, serra da Arrábida, serra do Marão, cordilheira dos Andes.
1 Segundo o Dicionário Terminológico, nome coletivo é «nome que se aplica a um conjunto de objetos ou entidades do mesmo tipo», definição que não difere da da gramática tradicional — «substantivos que, no singular, designam um conjunto de seres ou coisas da mesma espécie (Cunha e Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa, Sá da Costa, 2002, p. 178) — nem das gramáticas mais atuais, cujas autoras consideram como coletivos os «nomes que remetem para um dado conjunto que são uma parte plural encarada como um elemento (companhia, rebanho, equipa...) (Mira Mateus et al., Gramática da Língua Portuguesa, Lisboa, Caminho, 2003, pp. 233-234).