Os sintagmas preposicionais internos a sintagmas nominais (tradicionalmente designados «complementos determinativos») podem desempenhar dois tipos de funções sintácticas:
- Modificadores de nome [ou adjuntos adnominais, na nomenclatura gramatical brasileira (NGB)];
- Complementos preposicionais de nome [ou complementos nominais, na NGB)].
Considerem-se as seguintes frases:
(1) «Ele comprou uma bicicleta de montanha.»
(2) «Foi ele quem fez a apresentação do espectáculo.»
Os grupos preposicionais «de montanha» e «do espectáculo» têm em comum o facto de restringirem o significado do nome com o qual coocorrem (bicicleta e apresentação), mas diferem no seguinte aspecto:
A frase (1) seria perfeitamente gramatical sem a presença do grupo «de montanha»; ao passo que a frase (2), sem estar inserida num contexto, não seria interpretável sem o grupo «do espectáculo»:
(3) «Ele comprou uma bicicleta.»
(4) *«Foi ele quem fez a apresentação.» [de quê?]
É esta diferença que nos leva a atribuir diferentes funções sintácticas a esses dois grupos preposicionais:
Em (1), o grupo preposicional «de montanha» tem a função sintáctica de modificador de nome (ou adjunto adnominal, na NGB), uma vez que não é seleccionado pelo nome, ou seja, é opcional.
Em (2), o grupo preposicional «do espectáculo» tem a função sintáctica de complemento preposicional de nome (ou complemento nominal, na NGB), porque é seleccionado pelo nome, ou seja, tem de estar obrigatoriamente expresso.
Em suma, e respondendo à sua questão, os sintagmas preposicionais «de lavar» e «de passar» têm a função sintáctica de modificadores de nome (ou adjuntos adnominais, na NGB), uma vez que restringem os nomes máquina e ferro, respectivamente, e são opcionais.
Disponha sempre!