Ambas as construções são possíveis, embora possam veicular sentidos ligeiramente distintos.
De acordo com Celso Luft, a diferença entre «ir a» e «ir para» assenta no seguinte: «ir a um lugar traduz “a idéia de lá não se demorar, de não assentar lá a sua residência, ou de voltar breve” (Aulete); ir para um lugar, quando há ‘‘intuito de lá estabelecer residência ou de lá permanecer mais ou menos tempo” (id.)»1.
Não obstante, no Dicionário Houaiss, as duas construções surgem a par com os seguintes sentidos: «deslocar-se a um lugar sem o propósito de ficar ou de demorar-se no local de destino, ou fazê-lo exatamente com esse propósito». Este segundo registo parece apontar para o facto de os usos terem tendência a esbater a diferença entre o recurso às preposições a e para com o verbo ir.
Refira-se ainda que nas frases apresentadas a seleção da preposição também pode ficar a dever-se a razões fonéticas, uma vez que a opção pela preposição para oferece menores dificuldades articulatórias do que a sequência «a pé à praia». Assim, a economia articulatória também pode ditar a escolha do falante.
Disponha sempre!
1. Cf. Celso Luft, Dicionário prático de regência verbal. Ática , p. 342.