Antes de mais, há que ter em conta que o gestor de que fala não gere a pessoa, mas sim o seu processo. O gestor da minha conta bancária não é o meu gestor e se a minha conta é gerida por ele, eu não sou…
Nesse contexto, não sei se usar o adjectivo verbal é muito adequado. Não imagino um empregado bancário dizer aos colegas «vou ver as “minhas” geridas», do mesmo modo que não imagino um funcionário da secretaria de uma escola falar de "geridos" quando se refere aos processos. Já imagino uma conversa do tipo «O seu processo é gerido por mim», a par de «vou analisar os “meus” processo(s)», no sentido de «os processos que estão a meu cargo».
Voltando à sua dúvida, para o gestor da minha conta bancária, eu sou uma cliente. Não é, no entanto, costume utilizar esta terminologia no contexto em análise.
Admitindo, no entanto, que fosse adequado usar o adjectivo, o que se deveria usar seria gerido, porque a ideia subjacente é a de alguém que gere, ou comanda, a situação, estando a coisa (não sei se poderíamos em algum contexto imaginar a pessoa) em posição passiva. Não podemos esquecer que gerido é o particípio passado que intervém na construção da voz passiva. Por outro lado, em gestante, estamos perante um particípio presente, que veicula a ideia «aquele que + verbo». Viajante é aquele que viaja. No caso de gestante, do verbo latino gestare, a palavra é feminina, pois designa, se usado como nome, ou qualifica, se usado como adjectivo, a mulher grávida.