Normalmente, o verbo ir refere-se a um movimento de um local para outro.
Este verbo não pede complemento directo ou indirecto, mas um complemento preposicional.
«Eu fui ao encontro do professor» é uma forma abreviada de dizer «Eu fui em direcção ao lugar onde havia de encontrar o professor». Apesar de esta paráfrase ser possível, a verdade é que «ao encontro de» se comporta actualmente como uma locução prepositiva, pelo que «ao encontro do professor» é um complemento preposicional (cf. M.ª Helena Mira Mateus et aliae, Gramática da Língua Portuguesa, 2003; págs. 294-295).
Há gramáticas que descrevem esta complemento como circunstancial de lugar, mas esta designação tem o problema de confundir constituintes que fazem parte do emprego do verbo (complementos) de outros que lhe são acessórios (adjuntos). No caso de ir, a expressão que é introduzida por uma preposição (p.ex., a em «ir à rua») ou uma locução prepositiva (p.ex., até a em «ir até à rua») faz parte da própria construção do verbo; logo, estamos perante um complemento que é exigido pelo verbo, porque este não pode ser usado sozinho (sem contexto, não é possível dizer *«fui») e que é preposicional.
Note-se que o complemento indirecto é o destinatário ou aquele que ganha ou perde por efeito de uma acção. Exemplos: «Ela enviou uma carta ao namorado, e ele ficou tão contente, que lhe mandou uma prenda»; «O João atirou a bola ao Carlos, e este reeenviou-a ao João»; «Um cão mordeu uma perna ao Juca, e este, zangado, lançou-lhe uma pedra lhe atingiu uma pata». Não é este o caso apresentado pelo consulente.