Recomenda-se Frente al-Nusra.
Em relação ao nome desta milícia islâmica que opera na Síria1 ou a qualquer outro nome ou palavra árabes, muito depende do sistema de transcrição. Dado que o árabe tem apenas três timbres vocálicos – /a/, /i/ e /u/, os quais podem corresponder a segmentos longos ou breves e ter cambiantes fonéticas em função dos contextos –, a transcrição usada2 em textos em inglês acaba por estar mais de acordo com alguns sistemas de transliteração/transcrição usados em português, como o apresentado por José Pedro Machado, no Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa (1987, pág. 9), ou o adotado por Adalberto Alves, no Dicionário de Arabismos da Língua Portuguesa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2013). Nestes sistemas apenas se consideram as letras a, i e u, para representação das vogais árabes3. A forma al-Nusra afigura-se, portanto, preferível.
1 Depois de julho de 2016, passou a ser denominada Frente al-Sham ou al-Cham, conforme informação da Wikipédia. Ainda segundo esta fonte, é também conhecida como Alcaida do Levante, entendendo-se por Levante a costa asiática compreendida entre a Turquia e a península do Sinai, no Egito.
2 O uso do u em al-Nusra nos textos em inglês está também conforme a norma ISO 233-2, que restitui as vogais breves do árabe como a, i e u e as vogais longas como ā, ī e ū. No caso de al-Nusra – em carateres árabes, النصرة –, só ocorrem vogais breves.
3 No dicionário etimológico de Machado, a representação das vogais tem oscilações que o próprio autor explica. Mais consistente é Adalberto Alves (Dicionário de Arabismos da Língua Portuguesa, 2013, pág. 41). Com efeito, quando representa vogais longas, junta o diacrítico ^: â, î, û; exemplos: al-munâdâh («proclamação, pregão») > almoeda («venda em hasta pública») taxbîq > tabique; al-mansûr > Almançor («o vitorioso», usado como nome próprio). As vogais breves são grafadas a, i e u, sem qualquer diacrítico.