Teoricamente pode prever-se a ocorrência das contrações de pronomes mo e to no contexto em questão. Além disso, não parece existir doutrina normativa que as condene quando o pronome o que elas encerram retoma um predicativo do sujeito. Contudo, não se pode dizer que, nessa situação, se usem ou até que estejam corretas.
É preciso observar que o nesse tipo de contexto se comporta como um demonstrativo equivalente a isso e remete para elementos do enunciado – como o complemento direto – que pode ser uma oração, como em 1 – ou o predicativo do sujeito, à semelhança de 2:
1. «O João afirma que há extraterrestres, e o Gustavo também o diz.»
2. «O João é um extraterrestre, e o Gustavo também o é.»
No entanto, quando se trata de retomar um predicativo do sujeito, como acontece em 2, e associar os pronomes pessoais de complemento indireto (me, te, lhe, nos, vos, lhes) ao pronome em apreço, a verdade é que, intuitivamente, achamos que tal contração tem alguma dificuldade em ser aceite, sobretudo se envolver o pronome de 2.ª pessoa do singular:
3. – Achas que me foi difícil partir?
– Acho que sim, ?foi-to.
Observa-se, assim, que "foi-to" é um uso muito pouco habitual, se não mesmo estranho. As referidas contrações com o demonstrativo são, portanto, problemáticas quando este pronome é um predicativo do sujeito, e afiguram-se arredadas do uso, sendo, por isso, de gramaticalidade duvidosa.