Com certeza que, na frase apresentada — «quem sou eu para estar falando...» —, o verbo estar está a ser utilizado na 1.ª pessoa do singular do infinitivo flexionado. Se puséssemos a frase no plural, seria, naturalmente «quem somos nós para estarmos falando...», o que nos daria muito mais claramente, através da desinência da 1.ª pessoa do plural (-mos), a certeza de que estamos perante uma situação de infinitivo flexionado.
A explicação dada, de que «está falando» é uma locução verbal, não faz qualquer sentido, porque «estar falando» é também uma locução verbal, mas com o auxiliar no infinitivo. Além disso, quando a preposição para introduz uma oração, o verbo desta tem de estar obrigatoriamente no infinitivo (flexionado ou não flexionado); ou seja, uma oração com o verbo num tempo finito não é compatível com a preposição para: *«para está falando» é uma sequência agramatical.
Há, é certo, a possibilidade de para ocorrer no contexto de uma oração de tempo finito. Mesmo assim, nesse caso, a preposição faz parte da locução prepositiva para que, e o verbo tem de se encontrar no modo conjuntivo: «para que esteja/estivesse/tenha estado/tivesse estado falando».
Conclusão: quem está certa é você, professora Ana Luísa, e não o seu colega.