Note-se, antes de mais, que os valores dos prefixos que integram determinadas palavras não estão sempre presentes para todos os falantes, pelo que a consciência de repetição de que fala poderá não determinar certas escolhas gramaticais.
Não obstante, no âmbito dos estudos morfológicos, alguns autores defendem que os verbos formados com o prefixo co[n]- devem ter um sujeito agentivo plural (1). Poderão, todavia, ter um sujeito singular, podendo a pluralidade ficar implícita ou ser explicitada por meio de um constituinte introduzido pela preposição com (2)1:
(1) «Eles convivem.» / «Eles compartilham o lanche.»
(2) «Ele convive com os amigos.» / «Ele compartilha o lanche com a amiga.»
Nestes últimos casos, a presença do constituinte introduzido pela preposição com permite explicitar quem são os agentes da situação descrita pelo verbo, a qual implica, como se disse, um agente plural devido à presença do prefixo con-.
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1. Cf., por exemplo, Susana Nunes, Prefixação de origem preposicional na língua portuguesa. Dissertação de Doutoramento em Linguística Portuguesa apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 2011, pp. 103 – 104.