De facto, enquanto verbo de movimento, o complemento (que indica o espaço/lugar) do verbo chegar deve iniciar-se com a preposição a ou até:
«Ele chegou a casa.»
«Eles já chegaram a Lisboa.»
«Tu chegaste até aqui.»
«A nossa fronteira chega à Bolívia.»
No entanto, Celso Luft (Dicionário Prático de Regência Verbal, São Paulo, Edição Ática, 2003, p. 116) e Maria Manuela Moura Neves (Guia de Uso do Português – Confrontando regras e usos, São Paulo, UNESP, 2003, p. 179) alertam-nos para a particularidade do uso da preposição em neste caso específico: «No Brasil, entretanto, usa-se muito a preposição em (exclusiva diante de casa/lar: chegar em casa, e não chegar a casa.»
O uso desta preposição é explicado «por se considerar o estado e o repouso (lugar onde)» (Luft) em vez de movimento ligado à «preposição a, que marca o ponto de chegada (com destaque para o movimento)» (Manuela Moura Neves), o que leva a que alguns gramáticos «tolerem o chegar em casa, na língua escrita» (Luft). Apesar desta informação, Celso Luft defende que, «mesmo assim, em texto escrito culto formal, melhor se ajusta o chegar a».