Das três palavras em questão, duas – capacitismo e especialismo – parecem ter curso em português há pouco tempo, ao contrário de deterrência, que estará atestada há mais de 50 anos.
Capacitismo, «discriminação ou preconceito contra pessoas com deficiência» (dicionário da Academia das Ciências de Lisboa), constitui um decalque do inglês ableism, que significa «discriminação contra pessoas com deficiência» (cf. dicionário de inglês da Infopédia). A palavra portuguesa é motivada pela tradução de able por capaz, daqui permitindo formar por derivação capacitismo, tal como de able se forma ableism. Edições do Dicionário Houaiss atestam este termo só a partir de 2019, o que indica tratar-se de neologismo.
No segundo caso, deterrência, que significa «ação de dissuasão quer militar quer, por extensão semântica, de qualquer outra entidade» (cf. Dicionário Houaiss) e tem registos desde 1965, é simples adaptação de uma palavra inglesa que já tem origem e configuração românicas, deterrence, «força de dissuasão» (cf. dicionário de inglês da Infopédia).
Finalmente, o termo especialismo já tem registo dicionarístico, com as aceções «estudo ou dedicação a determinada especialidade (ramo específico de uma ciência, área de atividade, etc.)» e «pejorativo dedicação excessiva a determinada especialidade, com desconsideração de outras áreas de conhecimento». A 1.ª edição (2001) do Dicionário Houaiss não consigna este vocábulo, o seu registo em edições mais recentes permite considerá-lo um neologismo.