Os substantivos Deus (ou deus), Anjo (ou anjo) e Alma (ou alma)1 são tradicionalmente incluídos na subclasse dos nomes concretos. Não serão abstratos porque não designam «uma ação, um estado ou uma qualidade, considerados independentemente da classe de objetos ou seres a que se refere», citando a definição de substantivo abstracto no Dicionário Houaiss. Trata-se, portanto, de designações de entidades às quais se associam acções, estados e qualidades, pelo que estamos perante substantivos concretos.
No entanto, gostaria de assinalar que o Dicionário Houaiss levanta um problema interessante quanto à ambiguidade dos termos concreto e abstrato: substantivo concreto é definido como um «substantivo real», e substantivo abstrato, como «substantivo imaginário». Se a questão se coloca entre saber o que é imaginário e real, fácil é de ver que uns dirão que as palavras em foco são substantivos concretos («Deus, os anjos e as almas são reais»), enquanto outros os considerarão abstratos, porque lhe dão um estatuto imaginário. No contexto da educação religiosa e entre quem seja crente, as palavras em discussão são tão concretas e reais como o pão quotidiano. Numa perspetiva não-religiosa, aceita-se que os substantivos Deus/deus, anjo e alma sejam quer concretos quer abstratos.
1 As palavras em causa podem ser nomes próprios, com maiúscula inicial (Deus, Anjo e Alma), se são substantivos que designam indivíduo de uma classe ou categoria (Dicionário Houaiss). São nomes comuns. com minúscula (deus, anjo e alma), se se aplicam a «qualquer indivíduo de uma classe de seres ou que designa toda a classe abstractamente».