De facto, e de acordo com as indicações de Cunha e Cintra (Nova Gramática do Português Contemporâneo, 17.ª ed., Lisboa, Sá da Costa, 2002, p. 261), «o superlativo relativo denotador dos limites da possibilidade forma-se com a posposição da palavra possível ou uma expressão (ou oração) de sentido equivalente», como se pode verificar no exemplo que nos apresentam: «O arraial o mais monótono possível.»
Mas, como a frase que a consulente nos apresenta pressupõe a utilização do superlativo relativo do adjectivo bom, que, por sua vez, se enquadra nos casos dos «comparativos e superlativos anómalos [os adjectivos — bom, mau, grande e pequeno]» (idem, p. 262), porque «formam o comparativo e o superlativo de modo especial» (idem), isso implica que utilize a forma correcta prevista para esse caso: o superlativo relativo o melhor, que deve «assumir o género e o número do substantivo» (idem, p. 252) ao qual se refere. Assim sendo, tendo em conta a correspondência de flexões, deverá ser usada a expressão «As melhores imagens».
Assim, o mais possível, como expressão adverbial, não pode ocorrer com o adjectivo bom, como mostra o seguinte exemplo (*o asterisco indica agramaticalidade):
i) *«As imagens o mais boas possível.»
Por isso, e tendo em conta o que nos diz o Guia do Uso do Português – Confrontando regras e usos (São Paulo, Editora UNESP, 2003), de Maria Helena Moura Neves, relativamente à concordância de possível — «Possível vai para o plural quando as expressões o (a, os, as) mais e o (a, os, as) menos (de superlativo relativo) incidem sobre um adjetivo qualificativo no plural, e não directamente sobre o adjetivo modalizador possível» —, esse é um caso em que o adjectivo possível é flexionado, usando-se a forma plural — «As melhores imagens possíveis».