Como se disse na resposta em causa, a omissão do pronome reflexo é mera opção, sobretudo quando se trata do verbo causativo fazer seguido de uma oração completiva com o verbo na 3.ª pessoa. Os exemplos dados pelo consulente, quando confrontados com outros em que ocorra o verbo fazer, até apontam para que esta possibilidade não se distribua uniformemente por todas as formas dos verbos tradicionalmente chamados reflexos, visto que aqueles que têm se inerente ou se recíproco restringem ou não aceitam tal omissão, como se mostra nos seguintes exemplos (elaborados conforme o padrão do português europeu, minha variedade materna; daí a ênclise do pronome átono):
1. «A admoestação dele ajudou-nos a arrependermo-nos/a arrepender-nos/?a arrepender.»
2. «A admoestação dele fez-nos arrependermo-nos/arrepender-nos/?arrepender.»
Sublinhe-se que, tanto em 1 como em 2, o verbo arrepender-se tem pronome reflexo inerente.
No caso do verbo abraçar, usado com se recíproco, também não se aceita a omissão do pronome como mostram os seguintes exemplos:
3. «A admoestação dele ajudou-nos a abraçarmo-nos/*a abraçar.»
4. «A admoestação dele fez-nos abraçarmo-nos/*abraçar.»
Note-se que, a respeito do verbo abordado na pergunta em apreço, ou seja, o verbo sentar, o seu uso pronominal não é obrigatório, como indica o Dicionário Houaiss, que apresenta o pronome se entre parênteses, assim sugerindo que a conjugação pronominal é opcional: «preferiu sentar(-se) na poltrona»; «preferiu sentar(-se) a ficar em pé». Nesta perspetiva, uma frase como «fi-lo sentar», como alternativa a «fi-lo sentar-se», pode até ser encarada como resultado de uma variante não pronominal de sentar-se, isto é, sentar.