Não sei bem se ponha ou não uma vírgula antes de um sujeito posposto. O que é que o Ciberdúvidas acha?
Por exemplo, a frase «Tem até alguma graça, esta diversidade toda» deve ou não ter a vírgula que lá pus? E a frase «É um irreverente, o João!»
E, já agora, qual a solução se o verbo for omitido? Por exemplo, em «Tempos terríveis, os nossos!», deve ou não aparecer a vírgula?
Agradecendo mais um auxílio vosso,
As duas frases estão correctamente pontuadas. É certo que se trata, em ambos os casos, de sujeito posposto, mas são exemplos em que existe uma maior deslocação do sujeito em relação ao verbo.
Seria impensável uma vírgula em casos como estes:
«Diz o povo…»
«Rezam as crónicas…»
O sujeito imediatamente a seguir ao verbo é a segunda posição natural deste sintagma e, por isso, não admite uma vírgula de separação.
Mas, nos exemplos do consulente, existem outros elementos sintácticos de permeio, um complemento directo no primeiro, um predicativo do sujeito no segundo. A vírgula, nesses casos, tem a função de separar do sujeito esses elementos.
Relativamente à segunda questão, a frase está igualmente bem pontuada, uma vez que a vírgula assinala a supressão do verbo.
