No caso em questão, podemos considerar correcto o uso de uma ou outra preposição, pois ambas são regidas pelo adjectivo necessário, como se pode confirmar no Dicionário de Regimes de Substantivos e Adjetivos, de Francisco Fernandes:
«Necessário – a, em, para:
"É necessária a água pura à vida de muitos seres organizados."
(Augusto Moreno, Lições de Linguagem, II, 14.)
"Sugeria as medidas necessárias à preservação do crédito e do bom-nome do Brasil."
(Luiz Viana Filho, A Vida de Rui Barbosa, 151.)
"Fundos necessários ao armamento nacional." (Fialho de Almeida, Os Gatos, 106.)
"O uso atual de semelhantes contrações é necessário em muitos casos."
(Mário Barreto, Através do Dicionário e da Gramática, 392.)
"Tinha o amor-próprio necessário para não sucumbir sem glória, humilhando-de a um homem que não a compreendia."
(Camilo, A Filha do Arcediago, 250.)
"Só trouxe o dinheiro estritamente necessário para o meu regresso."
(Mário Barreto, Cartas Persas, 148.)
"Tendes abundantemente tudo o que é necessário para a vida."
(Vieira, Sermões, V, 221.)
"Em 1777, Lavoisier descobriu que esse mesmo oxigênio era necessário para a combustão. Sem oxigênio, ensinava ele, nada pode queimar-se."
(Maravilhas do Conhecimento Humano, I, 271.)»
Note-se, contudo, que esta liberdade de selecção se restringe aos casos em que se segue um substantivo (ex.: necessário à/para a simulação/preservação/etc.), pois, quando se segue um verbo, a preposição corre{#c|}ta é para (ex.: necessário para simular/preservar/etc.)