A forma mais correta é de facto tetravô, ou seja, «quatro vezes avô», de acordo com o significado do elemento tetra-, que vem do grego téttares, es, a («quatro») e ocorre também em tetraneto.
Contudo, não se pode dizer que tataravô seja forma errónea, porque, perante tetravô/tetravó e tetraneto, pode defender-se que o elemento tetra- resulta da interferência erudita sobre a forma tata(r)-, que terá origem não grega, mas, sim, latina ou românica. Com efeito, a forma tata(r) pode remontar a trás, no sentido de «anterior». Cita-se o comentário do Dicionário Houaiss a respeito da entrada tataraneto:
«[Tataraneto tem] origem controversa; [é] geralmente considerado alteração de tetraneto; segundo [Antenor] Nascentes, do português antigo trasneto (m.q. bisneto) fez-se *traneto e ao seu filho chamou-se *tratraneto, e daí, por dissimilação *tatraneto, por suarabácti [inserção de vogal] "tataraneto"; a forma tetraneto é, segundo ele, criação erudita moderna; o elemento tatar(a)- passa a ser usado, por analogia, em tataravô e outros vocábulos [...].»
Note-se que os vocábulos castelhanos homólogos são tatarabuelo, «tetravô», e tataranieto, «tetraneto», os quais são explicados por Joan Coromines e José Antonio Pascual (Diccionario Crítico Etimológico Castellano e Hispánico, versao em CD-ROM, 2012), como formas que exibem um prefixo com origem em tras, «atrás». É, pois, muito provável que trisavô seja resultado de um interferência erudita, conforme propunha Antenor Nascentes.
Finalmente, para o parentesco mais recuado com um antepassado direto, empregam-se os numerais ordinais: «quinto/sexto/sétimo, etc avô» (cf. dicussão no portal GeneAll). Contudo, deteta-se também o uso redobrado de tetra- e tatara- em formas como "tetratetravô" e "tataratataravô", com o significado de «pai do tetratavô» (cf. consulta Google). Trata-se de formas a que faltam registos nos dicionários aqui consultados.