Se se fala de um discurso hiperbolizado (quer seja publicitário ou qualquer outro), é porque se trata de um discurso em que a hipérbole predomina. Por isso, basta termos em conta o que caracteriza a hipérbole, enquanto recurso que joga com o exagero, como «figura de pensamento que consiste na amplificação crescente, quer por excesso quer por defeito, de um determinado objecto, sentimento ou ideia, de forma a provocar no indivíduo estranheza para além da realidade credível» (E-Dicionário de Termos Literários).
Várias são as técnicas para se criar a hipérbole nos discursos informais e nos literários, verificando-se que «este recurso expressivo se encontra abundantemente representado tanto na linguagem corrente, através da utilização de determinados prefixos como super-, ultra-, do abuso de superlativos e do uso continuado de determinadas expressões coloquiais como “estar morto de sede”/“chorar rios de lágrimas”, entre muitas outras, como na linguagem literária, destacando-se, neste caso, na retórica, onde a hipérbole tem como função despertar no público afectos partidários, e na poesia, género no qual pretende a criação afectiva de imagens que ultrapassem a realidade conhecida» (idem).