A grafia correta da 1.ª pessoa do presente do indicativo da conjugação pronominal do verbo dirigir-se é dirijo-me, porque é necessário o uso da consoante j neste caso, ou seja, antes da vogal o, para que se mantenha o mesmo som da consoante fricativa palatal [como em já, gelo, dirigir].
Se se mantivesse o g (do infinitivo dirigir) nessa forma verbal, pronunciar-se-ia como som de g [como em golo ou golpe ou guloso], e não de j. Não nos podemos esquecer de que a consoante g, antes das vogais i e e, é equivalente ao som de j. Exemplos: adágio, algema, dirigir (mas dirijo) estrangeiro, girafa, fugir (mas fujo), reger (mas rejo).
Nos outros casos, ou seja, antes das vogais a, e, o e de outras consoantes, a consoante g mantém o som como oclusiva velar. Exemplos: agora, agrado, agradável, agredir, agudo, frango, galo, galera, goma, gota, pêssego, etc.
Relativamente à posição do pronome me, na grande maioria dos casos é colocado após o verbo com um hífen (posição enclítica): «Eu dirijo-me aqui.»
Dos casos de colocação proclítica (antes do verbo), destacam-se os seguintes:
– em frases negativas: «Eu não me dirijo.» «Eu nunca me dirijo.»
– em frases interrogativas: «Será que eu me dirijo mesmo ali?» «Quem é que diz que eu me dirijo até ali?»
– em orações subordinadas: «Não sei porque me dirijo até ali.» «Ela diz que eu me dirijo bem.»
– nas frases alternativas: «Ou me dirijo aí, ou vens tu aqui.»
– quando o verbo vem precedido de certos advérbios (bem, mal, talvez, ainda, sempre, só, etc.): «Mal me dirijo até ali...»; «Ainda me dirijo aí.»