Em 1993, a publicação da Plátano Editora não apresentava as formas corretas em Portugal, mesmo no quadro do Acordo Ortográfico de 1945.
Antes do Acordo Ortográfico de 1990, o verbo em questão escrevia-se reflectir e mantinha o c em todo o paradigma, mesmo depois de i.
Contudo, antes da vigência do Acordo Ortográfico de 1945, havia o preceito de se suprimir esse c depois de i, conforme se lê no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (p. XL), que a Academia das Ciências de Lisboa (ACL) publicou em 1940:
«b) os grupos cç, ct, pç, pt, e ainda outros [...] perdem em muitos casos a primeira letra: condução, produção, satisfação (cç – ç); aflito, autor, praticar, produto, reflito (apesar de reflectir), tratar (ct – t); Assunção, presunção (pç - ç); assunto, presuntivo, pronto (pt - t) [...].»
Este preceito é mais tarde alterado pelas Bases Analíticas do Acordo Ortográfico de 1945, em cuja Base VI se dispõe o seguinte (sublinham-se as formas do verbo em questão):
«4.º [O c gutural das sequências interiores cc (segundo c sibilante), cç e ct, e o p das sequências interiores pc (e c sibilante), pç e pt] conservam-se quando, sendo embora mudos, ocorrem em formas que devem harmonizar-se graficamente com formas afins em que um e ou um p se mantêm[...] ou em que essas consoantes estão contidas, respectivamente, num x ou numa sequência ps. Escreve-se, por isso: abjecto, como abjecção; abstracto, como abstracção; acta e acto, como acção ou activo; adopto, adoptas, etc., como adoptar; afecto, como afectivo ou afectuoso; árctico e antárctico, como Arcturo; arquitecto, como arquitectura; caquéctico, como caquexia; carácter, como caracteres; colecta, como colectar; contracto (diferente de contrato=«acto de contratar»), como contracção ou contractivo; correcto, como correcção ou correctivo; dialecto, como dialectal; didáctico, como didactismo; dilecto, como dilecção; directo, como direcção ou director; ecléctico, como eclectismo; Egipto, como egípcio; eléctrico, como electricidade; epiléptico, como epilepsia; espectro, como espectral; exacto, como exactidão; excepto, como excepção ou exceptuar; flectes, flecte, flectem, como flectir; héctico, como hecticidade; objecto, como objecção ou objectivo; olfacto, como olfacção ou olfactivo; óptico, como opticidade; óptimo, como optimismo; predilecto, como predilecção; projecto, como projecção ou projector; prospecto, como prospecção ou prospectivo; recto, como rectidão; reflectes, reflecte, reflectem, como reflectir; reflicto, reflicta, reflictas, reflictamos, etc., como reflectes, reflectir, etc. [...].»
Isto mesmo foi depois confirmado pelas entradas de reflectir nos vocabulários ortográficos que a ACL publicou em 1947 e em 1970.