O verbo perguntar admite as preposições para e a. Assim, consideramos correto:
(1) «Perguntei para o fulano como estava a correr o seu dia»
(2) «Perguntei ao fulano como estava a correr o seu dia»
Note-se que em (1) e (2) estamos perante construções sinónimas, mas (1) é uma construção com uso mais sedimentado no Brasil (ver esta resposta).
Já «perguntar do fulano» pode ser uso correto se o complemento «do fulano» for interpretado como «sobre o fulano», de acordo com o esquema verbal «perguntar a alguém de alguém/alguma coisa».
Contudo, não é construção correta, se «perguntar do fulano» for equivalente a «perguntar ao fulano». Com efeito, do ponto de vista normativo1, o verbo perguntar não admite a preposição de quando o complemento verbal se refere à pessoa a quem se pergunta.
1 Do ponto de vista estritamente descritivo, assinale-se que «perguntar de alguém» tem registos no português do Brasil não normativo:
(1) «E você já perguntou dele se ele gosta de você?» (Menina_Salvatore, "Davina e Kol", Wattpad).
(2) «Perguntei da enfermeira se o hospital não poderia dispor de lençóis e, o que me surpreendeu, é ela me respondeu que não tinha mais", relatou.» ("Médica relata situação precária no Hospital Geral de Roraima", G1 Roraima, 19/01/2014)
As atestações acima têm origem no norte do Brasil: a frase (1) tem autoria de uma pessoa que se identifica como natural ou residente em Manaus, no estado do Amazonas; a frase (2) ocorre como citação de uma utente do Hospital Geral de Roraima, estado no extremo norte do Brasil. Este dois exemplos poderiam sugerir que «perguntar de alguém sobre alguma coisa» é construção possível e típica nos dialetos dos estados do norte do Brasil. Não podendo levar aqui mais longe a investigação, fica apenas o registo deste uso que, como foi dito, não é aceite pela norma.