De facto, não encontrámos nenhuma regra para o uso específico de latinismos em texto escrito, mas isso deve-se, decerto, ao facto de se enquadrar no âmbito dos estrangeirismos, sobre os quais se indica o uso de itálico (mais vulgarizado) ou de aspas, como se pode verificar em A Metodologia nas Humanidades – Subsídios para o Trabalho Científico (Lisboa, Ed. Inquérito Universidade, 1994), de João Soares Carvalho: o uso do «grifo (grifo tanto significa "itálico" como "sublinhado") para reproduzir num texto em português as palavras estrangeiras que queremos citar» (idem, p. 61).
É de referir que há alguns (muito poucos) casos em que não tem sido usado o itálico nem as aspas, como em ex-líbris, porque a palavra foi integrada no léxico português como nome masculino (com hífen e com acento, grafia que se mantém com o novo Acordo Ortográfico, como se pode verificar no Vocabulário Ortográfico do Português, da responsabilidade do ILTEC). No entanto, esse é um caso de exceção, que deve ter assimilado a regra prevista para os títulos dos livros sagrados1.
1 Note-se, a propósito, que, em contraste com o que está estipulado para os títulos dos livros – «que deverão aparecer sempre em itálico» (idem) – há casos de exceção, como «os títulos dos livros sagrados mais conhecidos, que, dado o seu uso frequente, não necessitam de aparecer em itálico no texto impresso. Exemplos: Bíblia; Septuaginta (ou LXX); Vulgata; Génesis; Salmos; Tobias; Talmude; Alcorão; Vedas; Antigo Testamento; Novo Testamento; S. Mateus; Romanos; Upanissades; Ramaiana» (idem, pp. 62-63).