O que determina a norma é o uso. Assim, por força do uso, certos estrangeirismos são aportuguesados, ganhando forma gráfica/fonética compatível com o sistema da língua (futebol, bufê, esporte), e outros mantêm a grafia original, geralmente por uso técnico, modismo e afins (download, fitness, trend).
Desse modo, "internet" é um estrangeirismo não aportuguesado: entrou no português como termo técnico, ligado à informática, e manteve seu prestígio e circulação internacional. Diferentemente de futebol ou abajur, que se popularizaram e ganharam forma portuguesa, "internet" permaneceu como palavra global, estável na grafia inglesa, usada assim pelos meios técnicos e pela imprensa – por isso não se fixou como "internete".
Curiosidade: hoje, o uso consagrado é com inicial minúscula. Por quê? Porque, embora tenha nascido como nome próprio de uma rede específica nos anos 1990 (daí "Internet"), o termo se generalizou e passou a designar um serviço comum, como telefone ou televisão. Por conseguinte, os manuais de redação, os vocabulários ortográficos oficiais e o uso padrão adotaram a forma minúscula: internet.
Sempre às ordens!
N. E. – Em Portugal, aceitam-se as duas formas: internet e Internet (cf. dicionário da Academia das Ciências de Lisboa).