Pode considerar-se – e muitas gramáticas assim o fazem – que trio é um numeral coletivo.
O Dicionário Terminológico não inclui os numerais coletivos entre os quantificadores numerais. Há gramáticas que não chegam a classificar palavras como trio ou dezena como coletivos; mas, por exemplo, no caso da Moderna Gramática Portuguesa (Editora Lucerna, 2003, pág. 204), de Evanildo Bechara, é dito que se trata de numerais que têm analogia com os coletivos, com a diferença de definirem a quantidade.
No entanto, há várias gramáticas que incluem par e dezena numa série que forma a classe dos numerais coletivos (ver P. Teyssier, Manual de Língua Portuguesa, Coimbra Editora, 1989, pág. 185). Mais recentemente, a Gramática do Português da Fundação Calouste Gulbenkian (2013, pág. 926/927) apresenta par, trio, quadra, quinteto, dezena, etc. como uma série que constitui os numerais coletivos.
Em suma, trio é geralmente tratado como coletivo e afigura-se legítimo classificá-lo entre os numerais coletivos, o que não impede que outras gramáticas lhe atribuam outra classificação.