Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Luísa Meireles Portugal 127K

No outro dia, ouvi uma conversa na qual uma senhora, que se dizia linguista, protestava energicamente contra o uso incorrecto e frequente da expressão ou seja". Como desconheço tal questão (e, já agora, também emprego a expressão – mais, até, no sentido de «isto é»), gostaria que me esclarecessem se, de facto, é incorrecto fazê-lo.

Obrigada.

T. Sugnetic Croácia 8K

Em "Nova Gramática do Português Contemporâneo" dos autores Cunha e Cintra li:

"No português do Brasil, o uso de tu restringe-se ao extremo Sul do País e a alguns pontos da região Norte, ainda não suficiente delimitados. Ressalte-se, porém, que o emprego das formas oblíquas te, ti, contigo apresenta uma difusão bastante maior." Porque é que os autores não mencionaram o frequente uso das palavras teu(s) e tua(s)?

Pelo que eu ouço na telenovelas e nas músicas essas palavras (teu, tua) são bastante frequentes embora tenham um grande inimigo em palavra seu (e sua).Eu já perguntei a muitos brasileiros sobre o uso das palavras teu e tua.

Uns me disseram que teu e seu são a mesma coisa no Brasil. (Eu concordo).

Os outros me disseram que não é bom usar teu, tua pois soa-lhes caipira...

Eles usam seu, mais usam contigo e te, ti.

Eu não sei. Há regiões que usam mais teu, tua que seu, sua?

Obrigado.

T.Sugnetic Croácia 7K

Eu não sei se é corre(c)to dizer a consoante velar e vibrante -rr-, r- que se ouve no português brasileiro normal e no português lisboeta (e é representada em IPA por símbolo R) ser igual a consoante H que encontramos em inglês, latim clássico e croata (e é representada em IPA por símbolo x, às vezes h). Por exemplo quando eu digo H em inglês ou croata, não há nenhuma vibração, há só ar a sair da boca. No entanto:

A palavra REPÓRTER (do programa do mesmo nome na RTP Internacional) soou-me como HPORTER /xpórter/, não ouvi a vibração do R.

Numa música carioca ouvi algo como /xala, xala/, perguntei a minha amiga brasileira, ela disse-me que era RALA, RALA.

É corre(c)to pronunciar –rr- e r- como h inglês? Não seria melhor pronunciá-las como r em francês ou alemão?

Grato.

Silvio Picinini 6K

Como fica a aplicação da sugestão dada, de abreviar até a última consoante, nos casos de palavras com rr ou ss? Por exemplo, Carregamento (Carr. ou Car.), Processamento (Process. ou Proces.).

Obrigado.

 

Maria Luiza Lobo Editora Rio de Janeiro, Brasil 5K

Esta expressão sempre me foi "traduzida" como "esculpido em carrara". A versão esculpido e encarnado me pareceu bastante estranha, inclusive por não fazer muito sentido.

Fernando Martins Analista Programador Lisboa, Portugal 10K

Muito se tem falado de galicismos e estrangeirismos, que são de evitar sempre que se tem o equivalente vernáculo. Eu estou de acordo, mas há dias disseram-me que o uso de expressões em latim também seriam de evitar porque eram um atentado à língua de Camões. Será que é de mau gosto fazer-se uso de expressões em latim, tais como por exemplo: "tutti quanti", "sine qua non", etc.

Qual é a vossa opinião?

Obrigado.

T. Sugnetic Croácia 7K

Parece que muitos brasileiros não querem admitir que pronunciam o (artigo) e -o (vogal final) como /u/. Eles falam /u/ mas dizem que isso não é /u/ e que é sim /ó/.

Vejamos:

a mãe

ó mãe

ó pai

o pai

Ó pai e o pai /u pai/ não são a mesma coisa.

Parece-me que quando se grita ou fala devagar -o e o (artigo) soam mais como ô ou até como ó. Isso acontece no Brasil, mais também em Portugal!!!

Por exemplo:

Bernardooooooo! é /bernardôôôôôôôôôô/ ! e não /bernarduuuuuuuuuu/!

Porque tanta alteração do timbre? É a grafia para culpar, acho eu, se a vogal "o" final se escrevesse como -u (como em romeno) isso não aconteceria.

Mas, porque é que se a vogal -o final e a palavra o pronunciam como /u/? (em Portugal qualquer vogal o átona pronuncia se assim, por isso dormir /durmir/ deu durmo, chover /chuver/ deu chuva e não chova...)

Obrigado.

T.Sugnetic Croácia 11K

A gramática espanhola escrita pelo croata V. Vinja diz que em castelhano as vogais a, e, i, o, u pronunciam-se mais ou menos como em croata e em latim clássico. Quer dizer que nem "e" nem "o" são abertas ou fechadas. E isso é verdade. No espanhol pode às vezes soar como nó, mas também pode soar como nô.

Qual é a origem das vogais abertas e fechadas em português? Sei que, como em italiano, tem algo a ver com a duração das vogais latinas clássicas, que foram substituídas pelas vogais fechadas e abertas em latim vulgar. Porque isso não aconteceu em espanhol? O timbre é importante em italiano e ainda muito mais importante em português. Por exemplo: "vénti" em italiano quer dizer "ventos" e "vênti" quer dizer "vinte". Em português o melhor exemplo são "avó" e "avô". Muitas vezes o italiano e o português têm o mesmo timbre nas palavras da mesma origem. Por exemplo diz-se vérde, bélo, preciôso em português e vérde, béllo, preziôso em italiano. Mas, também há diferenças. Algumas delas podem-se prever. Por exemplo em italiano diz-se témpo, vénto. Em português essa vogal é nasal e como tal deve ser fechada. Outro problema é quando as diferenças não se podem prever. Por exemplo em português "hora" e "ora" pronunciam-se como /óra/. Porém, em italiano "ora" pronuncia-se /ôra/. Como assim tanta diferença?

Num dicionário português-alemão li que as palavras "novo", "maravilhoso" e muitas outras têm plural aberto por razões históricas. O mesmo é que o senhor Caffé me disse sobre a pronúncia brasileira de "senhora" (razões históricas).

Escrevem-me algo a respeito do timbre?

Muito obrigado.

Anónimo Portugal 3K

Num texto de 1728, encontrámos o seguinte vocábulo:

"A peleja mais parecia facco que batalha".

Tábata Brasil 8K

O que é codificador na comunicação?