DÚVIDAS

Paralelismo sintático / sintáctico, outra vez
Caros amigos do Ciberdúvidas: Gostaria de dar minha colaboração sobre paralelismo sintático, questão formulada por Jossiany, no Ciberdúvidas (14/4/00). O livro "Comunicação em prosa moderna", de Othon M. Garcia (Editora da Fundação Getúlio Vargas) contém o assunto procurado pela internauta. Um exemplo dado no livro (p.285): Falta de paralelismo sintático: "Passei alguns dias junto à minha família e revendo velhos amigos." Pode-se evitar a incoerência: Omitindo-se a conjunção "e", que não deve coordenar "passei" a "revendo", formas verbais de estrutura e valor sintáticos diferentes; se a precisão o exigir, pode-se acrescentar um advérbio que expresse inclusão ou simultaneidade ("inclusive", "ao mesmo tempo"): "Passei alguns dias junto à minha família, revendo, ao mesmo tempo, velhos amigos de infância." Tornando paralelas as duas orações ou parte delas: "Passei alguns dias junto à minha família e (ao mesmo tempo) velhos amigos de infância." "Passei alguns dias junto à minha família e a velhos amigos de infância." O paralelismo semântico é também bastante comentado e exemplificado pelo autor. Espero que tenha ajudado nossa amiga. Cordialmente Berenice Vianna Ottoni Brasil A consulente Jossiani, que (...) perguntou sobre paralelismo sintático, pode consultar a obra Comunicação em Prosa Moderna, de Othon Moacir Garcia, da Editora da Fundação Getúlio Vargas. Gustavo Müller Ayrosa Brasil Com relação à dúvida da consulente brasileira Jossiany (14/4/2000), referente a paralelismo sintático, gostaria de lhe sugerir a consulta do livro "Comunicação em prosa moderna", do professor Othon M. Garcia (13. ed., Rio de Janeiro, Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1986, pág. 28), o qual esclarece bem essa questão. Segundo o professor Othon: "Se coordenação é, como vimos, um processo de encadeamento de valores sintáticos idênticos, é justo presumir que quaisquer elementos da frase - sejam orações sejam termos dela - coordenados entre si, devam - em princípio pelo menos - apresentar estrutura gramatical idêntica, pois - como, aliás, ensina a gramática de Chomsky - não se podem coordenar frases que não comportem constituintes do mesmo tipo. Em outras palavras: a idéias similares deve corresponder forma verbal similar. Isso é o que se costuma chamar "paralelismo" ou simetria de construção." "Entretanto, o paralelismo não constitui uma norma rígida; nem sempre é, pode ou deve ser levado à risca, pois a índole e as tradições da língua moderna impõem ou justificam outros padrões. Trata-se, portanto, de uma diretriz, mas diretriz extremamente eficaz, que muitas vezes saneia a frase, evitando construções incorretas, algumas; inadequadas, outras." O professor Othon prossegue sua explicação, afirmando que existem três tipos de paralelismo: 1) gramatical ou sintático; 2) rítmico ou similicadência e 3) semântico. A fim de facilitar a visualização do que seria o paralelismo sintático, citarei um exemplo, dado pelo professor, de frase sem paralelismo, com sua posterior correção: Paralelismo sintático ou gramatical. Ex.: É necessário chegares a tempo e que tragas ainda a encomenda. Correção: É necessário que chegues a tempo e (que) tragas ainda a encomenda. Ou ainda: É necessário chegares a tempo e trazeres ainda a encomenda. Respeitosamente,
Parágrafo único
Gostaria de saber porque se escreve em textos de lei "parágrafo único" obrigatoriamente por extenso, mas se escreve § 1.º, § 2.º, § 5.º, etc. utilizando o símbolo do parágrado, e não escrevendo a palavra "parágrafo" por extenso. Por algum motivo ou alguma regra que gostaria de saber, não se pode escrever § único, com o símbolo, nem parágrafo 1.º, com parágrafo por extenso, que está errado. Porque está errado? Que regra é esta? quem me ajuda? Obrigado!!!!
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