Antes de mais obrigada por retomarem este belíssimo serviço prestado a todos quantos continuam a ter dúvidas sobre a língua portuguesa.
Gostava de saber a vossa opinião sobre a designação correcta do festival do chocolate realizado há uns tempos em Óbidos. Festival do Chocolate ou Festival de Chocolate? A primeira parece-me mais correcta mas há umas semanas atrás li um artigo num jornal regional indicando a segunda versão como a mais correcta e fiquei em dúvida, apesar de não me parecer que o dito
festival fosse feito de chocolate, como dá ideia a segunda designação.
Obrigada pela vossa ajuda.
Ainda bem que o Ciberdúvidas voltou.
Faz falta um local onde se possam tirar dúvidas sobre a correcta utilização da língua e aprender, sempre aprender.
A minha dúvida é a seguinte:
Tenho ouvido e lido na comunicação social, que determinadas pessoas são acusadas de lenocidio.
Os dicionários que consultei referem a forma lenocínio para descrever esta actividade.
Qual a forma correcta?
Reparei, há tempos, numa opção de um autor de um Glossário em que se contempla a expressão "recém-nascido" como um exemplo de palavra derivada por prefixação. Tendo em conta que "recém" poderá ser considerado um adjectivo (se bem que não usado isoladamente) com sentido autónomo e inequívoco, não poderia esta expressão ser considerada como uma palavra composta?
Confundem-me, ainda, algumas situações de morfemas considerados prefixos mas cujo sentido é mais completo que "in-", "ex-" ou "per-" – como no caso de "mega", "auto", "hiper"... Existe algum tipo de classificação intermédia para estes morfemas que, não sendo utilizados isoladamente têm, no entanto, o comportamento de adjectivos?
Obrigada pela atenção.
Gostaria me esclarecessem uma dúvida premente em relação a uma frase escrita, começada por «para já». Poderá essa frase ter uma conotação autoritária, imperativa e não apropriada para, por exemplo um jovem, se dirigir a uma pessoa idónea e/ou de prestígio?
O caso vertente passou-se com a minha filha de 12 anos que, necessitando de apoio, num trabalho que está a realizar, se dirigiu por “e-mail” a um amigo meu (logo, muito mais velho que ela), explicando que tinha iniciado o trabalho, no entanto necessitava de alguns esclarecimentos... e continuou: «para já, preciso que me diga qual...».
Ora o meu amigo, na sua resposta aproveitou a oportunidade para dizer à menina que nunca mais usasse aquele tipo de frase com ele. Se queria ajuda, muito bem, mas que a teria de pedir de outra forma e não como se falasse com os seus colegas de escola.
Tanto a minha filha, como eu própria, demos e damos a esta frase o significado de «por agora/para começar/de momento». Nunca a mesma foi usada de forma imperativa, muito menos ofensiva.
Suponho que se o «para já» aparecer no fim de uma frase do tipo «Quero isto para já», aqui sim, estamos perante um tom imperativo/autoritário.
Muito agradecíamos (eu e a minha filha) o V/esclarecimento, tão breve quanto possível.
Antecipadamente grata.
Frase: «O corredor balança um dos membros inferiores à frente do centro de gravidade e o outro a trás deste centro.».
Pergunta: "a trás" está bem escrito ou deverá escrever-se "atrás"?
A unidade de comprimento no sistema SI é o metro (m).
O prefixo kilo (k) significa 1000 (mil).
Mil metros em números escreve-se: 1000 m ou 1 km.
Dado que a grafia pode mudar, por que razão não adopta a língua portuguesa a grafia "kilometro", que subliminarmente indicaria às pessoas que se trata de uma palavra composta por kilo = mil e metro?
Também, do mesmo modo, se a pronúncia deixasse perceber os elementos do composto, não acentuando kiló, a percepção seria ainda mais fácil.
Ainda sobre a palavra cerzitar, acrecentamos dois contributos suplementares à anterior resposta.
Por favor, gostaria que me respondessem se há, de facto, a voz passiva sintética. Pergunta estranha a minha, mas justifica-se:
Fazem-se ótimos pastéis em Coimbra.
Ótimos pastéis se fazem em Coimbra.
Apenas coloquei o sujeito antes do verbo, como manda a índole natural de nossa língua, e olhem o que aconteceu: os docinhos (sujeito) se fizeram. Chego à conclusão, não apenas com esse exemplo ilustrativo da situação, de que não há voz passiva nenhuma na língua de Camões e de Ruy Barbosa. Penso que a construção com o "se" reflexivo (dito apassivante) é antiga e queria realmente dizer que "os docinhos se fizeram", para deixar oculto o ser humano que os fez, dando-lhes a habilidade de se auto-fazerem. Porém, penso, hoje em dia não há essa intenção, quando uma pessoa prefere utilizar a construção com verbo transitivo direto + pronome "se". A nítida intenção é dizer que alguém desconhecido ou que não se quer revelar faz alguma coisa. Portanto:
Faz-se deliciosos docinhos em Mangualde.
Deliciosos docinhos se faz em Mangualde. (ordem indireta, menos utilizada na nossa língua).
Enfim, gostaria que comentassem este assunto nessa perspectiva crítica, não com base no que os gramáticos escreveram, porque isso o sei eu muito bem, de cor e salteado. Agradeço desde já esse espaço, é assim, discutindo, que os homens se engrandecem e entendem. Um abraço a todos os professores do “site” (ou sítio?)!
Gostaria de saber o que é sinestesia?
Infelizmente, não consigo me lembrar...
Mais uma coisa: Quais são os pronomes átonos, usados geralmente, no objeto direto preposicionado? Consultando livros, não achei apenas um pronome átono: ti.
Quais são esses pronomes?
Peço desculpa por insistir neste tema mas acho muito difícil, principalmente para quem é do Norte, entender esta realidade da língua portuguesa: o que é e onde posso encontrar mais informação e os exemplos de dissimilação? É muito difícil, quando não se está habituado, saber a distinção uma vez que se ouve frequentemente Lesboa.
Já agora, como se pronuncia dissimilação?
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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