Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Classe de palavras: locução
Célia Silva Professora Alcanena, Portugal 10K

Precisava que me esclarecessem sobre o significado de uma expressão idiomática do português.

O que significa «puxar o pé para a chinela»?

Obrigada.

Rui Pombal Médico Lisboa, Portugal 40K

Muitas vezes, em contextos técnicos, diz-se e escreve-se «morte devido a», com devido no masculino. Ora, sendo morte um nome feminino, não se deveria dizer «morte devida a»? Ou, neste caso, estando implícito «caso de morte», o masculino é aceitável?

Muito obrigado.

Miguel Almeida Empresário Lisboa, Portugal 11K

Tenho ouvido frequentemente a expressão «molhar a sopa», com o significado de «tomar parte em, experimentar» (ex: «aquele avançado tem um enorme faro de golo, está sempre a querer molhar a sopa»).

No entanto, tinha ideia de uma expressão semelhante, «molhar o pão na sopa». São ambas expressões correctas?

Marco Silva Economista Oeiras, Portugal 15K

Qual a formulação certa: «cada vez que (...)», ou «de cada vez que (...)»?

Amélia Pan Tradutora Macau, China 13K

O que significa a expressão «deitar a toalha ao chão»?

David Sousa Investigador Lisboa, Portugal 9K

Não será em rigor uma pergunta pois, a sê-lo, de antemão se considera que se encontra suficientemente respondida por anteriores contributos de Edite Prada neste sítio. No entanto, ainda que carecendo de qualquer estudo e numa base puramente dedutiva, especulativa, ou mesmo intuitiva, se retoma aqui a hipótese, já aventada, de que nas expressões «ter a ver com» e «ter que ver com», o «ver» surja por corruptela de haver.

É que, ainda que algum dicionário possa atribuir ao verbo ver o significado mais metafórico de «ver com os olhos do espírito» – como foi referido – e portanto se possa sempre admitir significados menos "directos", a expressão actual continua a soar, pelo menos a mim, muito pouco natural.

De facto, aquilo que me parece mais plausível é que, numa origem remota – e remota terá aqui, como vimos, de reportar-se a período pré-vicentino –, a expressão que estaria na base da que hoje se encontra a uso e (como demonstrado no levantamento de Edite Prada), completamente fixada, seria «ter a haver», no sentido de «ter a receber dinheiro devido, ser parte interessada em função dessa dívida por saldar». Reforça esta hipótese, creio, o facto de a expressão surgir amiúde na negativa: por exemplo, «você não tem nada a ver com isto». Por esta via, parece-me plausível supor que, na origem, esta expressão tenha nascido desta ideia de que alguém, não tendo a haver, não é parte interessada e, portanto, não tem, digamos assim, de intrometer-se. O que é válido na positiva: quem tem a haver, tem um legítimo interesse no negócio, uma razão para se meter no assunto; que haja algo a haver, vincula duas partes juridicamente, ou seja, coloca-as em relação. Donde, deduzo igualmente que a expressão se tenha aplicado originalmente apenas a pessoas, e só mais tarde possa ter servido para dizer que os alhos não têm a ver com os bugalhos.

Note-se, em abono desta tese, que o próprio complemento «com» poderá, aliás, teria mesmo de ter já sido introduzido no processo de modificação da expressão. Isto por ela, então (aventa-se) como hoje, nem sempre surge completa, isto é, com o complemento – diz-se muito, por exemplo, «isso não tem nada a ver». E, portanto, parece-me mais lógico, tanto quanto a lógica possa presidir à linguagem, que tenham sido expressões como «não se meta, que não tem nada a haver», a abrir caminho às sucessivas modificações que nos trazem ao «ter a ver com».

Resumindo, defendo aqui a hipótese – a que o nível de linguagem em causa, coloquial e, portanto, mais plástico, pode tornar mais plausível – de que a expressão tenha sido sucessivamente modificada, desta forma: «ter a haver de» – «ter a haver» – «ter a ver» – «ter a ver com». Ou ter começado simplesmente como «ter a haver», sendo que o «com» de hoje vem, justamente, confirmar o elemento relacional que, na passagem de «haver» para «ver», se torna pouco natural e menos evidente (ainda que admitindo os tais outros possíveis sentido de ver).

Fica o exercício, a título de curiosidade e, suponho, nada mais que isso, já que para o conhecimento do português coloquial de há 600 ou 700 anos, infelizmente, não há bases de dados que nos valham.

Maria Lavos Socióloga Lisboa, Portugal 4K

Qual a origem e o significado de «generalidades e culatras»?

Obrigada!

Susana Gomes Técnica superior Porto, Portugal 37K

Gostaria de saber se, numa acta, é correto escrever-se «Aos um dias do mês de outubro».

Obrigada, desde já, pela atenção.

Ana Soares Estudante Lisboa, Portugal 7K

Qual é a construção (mais) correcta: «fazer de conta que», ou «fazer de conta de que»?

Obrigada!

Luís Borges Cabral Bibliotecário Porto, Portugal 5K

Qual a origem da «Dar vivas ao pato-bravo» (Trás-os-Montes)?