Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Classe de palavras: substantivo
Ana Lúcia Portugal 56K

Como é que podemos seleccionar as palavras que fazem, ou não, parte de uma determinada família de palavras. Por exemplo, acasalar, casamento, casório pertencem à família da palavra «casa»?

 

N.E. O consulente escreve segundo a Norma de 1945.

Marcel Querubini Estudante Londrina, PR, Brasil 5K

Numa consulta de algum tempo atrás, o estudante Miguel de Góis Silva questionou a forma de se escrever a palavra "príncipe" baseando-se em três pontos: a pronúncia (em Portugal, que daria margem a uma forma "príncepe"), o feminino "princesa" (e não "princisa") e a origem latina em "princeps" (e não "princips"). Os dois primeiros pontos foram esclarecidos (um sendo devido à dissimilação causada pelo i de "prín-", e o outro, a antigo galicismo – o qual, segundo o Houaiss, remonta ao século XV); no entanto, creio que se poderia também dar uma explicação sobre o motivo de o étimo latino apresentar um e ao invés de um i, uma aparente "contradição".

Na evolução natural da língua portuguesa, o caso lexicogênico (isto é, o caso de onde as palavras se originam) é, como regra geral, o acusativo (com a queda do eme no singular, além das outras transformações fonológicas que podem ser estudadas em bons livros de lingüística românica histórica), e não o nominativo:
– "gente": do acusativo "gentem", e não do nominativo "gens";
– "parte": do acusativo "partem", e não do nominativo "pars";
– "árvore": do acusativo "arborem", e não do nominativo "arbor";
– "noite": do acusativo "noctem", e não do nominativo "nox", etc.

Bem, segundo Napoleão Mendes de Almeida, em sua Gramática Latina, o radical de palavras da 3.ª declinação que possuía um i breve tinha esse i transformado em e no nominativo se este terminava em ps. Ou seja, em "princeps", o e surge como transformação do i breve do radical "princip-"; como é sobre esse radical que a declinação se baseia, temos que o acusativo singular de "princeps" é "principem" (e não "princepem"), o qual, com a queda do eme final, nos leva regularmente ao "príncipe" da língua portuguesa. O acusativo plural, aliás, é "principes", que também nos dá o plural português "príncipes".

Não sou, porém, um latinista, e também sei que a língua não pode jamais ser tratada como ser plano e regular (mesmo em suas irregularidades), de modo que seria bom ter uma confirmação ou mesmo uma correção de um dos doutos membros que compõem esta excelente comunidade virtual do Ciberdúvidas.

Por ser esta minha primeira mensagem enviada à comunidade, aliás, aproveito para
parabenizá-los pelo excelente e dedicado trabalho.

Henrique Oscar Loeffler Brasil 60K

Qual o coletivo de raposas?

Duarte Nuno "Copywriter" Portugal 3K

Primeiro que tudo, parabéns pelo vosso 9.º aniversário.

As pista de corrida e também os campos de ténis sintético são de “tartan” ou “tartã”?

Como é que se grafa?

Teresa Vieira Portugal 12K

Antes de mais, queria felicitar o Ciberdúvidas pelo trabalho prestado em nome da Língua Portuguesa.
Gostaria de saber se, tal como “pomar”, “horta” também pode ser considerado nome colectivo.
Muito obrigada.

 

N.E. O consulente escreve segundo a Norma de 1945.

Teresa Branco Portugal 6K

Gostaria de saber qual a origem da expressão nojo como sinónimo de luto. No dicionário aparece como significado em sentido figurado, sendo o significado original ódio, asco, etc.

Ana Ludovino Professora Tomar, Portugal 3K

A palavra «releitura» existe?
Posso considerá-la uma palavra derivada por prefixação de leitura (= re- + leitura)?
Obrigada.

Filomena Correia Bretes Bióloga Portugal 2K

[Qual é o] sinónimo de “corno de boi”, utilizado como taça para beber?

Ayrton Nogueira Domingos Brasil 3K

Qual o radical e o sufixo da palavra «utilização»?

Miguel Monteiro Portugal 4K

Li, em certo sítio, algo do seguinte jaez: «Estava eu ocupado nos meus avatares académicos...» O sentido de "avatares", na aludida frase, é o de «ocupações», «afazeres». No entanto, não encontrei em nenhum dicionário semelhante significado para a referida expressão. Poderá ela ter tal significado?