DÚVIDAS

Os numerais cardinais usados como numerais ordinais
Na enumeração de páginas e de folhas de um livro, assim como na de casas, apartamentos, quartos de hotel, cabines de navio, poltronas de casa de diversões e equivalentes, empregam-se os cardinais. Ex.: «página sete»; «folha dez»; «cabine oito»; «casa trinta»; «apartamento cento e dois»; «quarto dezoito». Mas, se o numeral vier anteposto, usa-se o ordinal. No Dicionário Terminológico, devo classificar «sete», «dez», «oito», «trinta», «cento e dois», «dezoito» como numeral/quantificador, ou adjetivo numeral?
Esnobe (ou snob) e blasfemo
1) Existem ou, pelos sufixos -ista e -ico, são aceitáveis as palavras "esnobista" e "blasfêmico"? Encontro-as nas edições de A Cinza do Purgatório: ensaios, do austro-brasileiro Otto Maria Carpeaux: a) «Ao mesmo tempo, [Hugo von Hofmannsthal] ocupa-se em refazer La vida es sueño, de Calderón: que anacronismos, estes enfadonhos arranjos, seguindo a moda **esnobista** do barroquismo! ― dizem os literatos.» b) «O homem, em Kafka, não vê na sua miséria a conseqüência da sua condição humana. Revolta-se. Acusa Deus, como Ivan Karamazov. A face de Deus, em sua obra, adquire traços **blasfêmicos**.» 2) Se existente ou aceitável, poderia dizer que "esnobista" é "neologismo", ou então, hipérbole de esnobe? Que poderia dizer? Grato pela ajuda.
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