Paulo J. S. Barata - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Paulo J. S. Barata
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Paulo J. S. Barata é consultor do Ciberdúvidas. Licenciado em História, mestre em Estudos Portugueses Interdisciplinares. Tem os cursos de especialização em Ciências Documentais (opção Biblioteca e Documentação) e de especialização em Ciências Documentais (opção Arquivo). É autor de trabalhos nas áreas da Biblioteconomia, da Arquivística e da História do Livro e das Bibliotecas. Foi bibliotecário, arquivista e editor. É atualmente técnico superior na Biblioteca Nacional de Portugal.

 
Textos publicados pelo autor

Pergunta:

Qual a diferença entre \ e /?

Resposta:

Há diferenças. A barra oblíqua (/) é mais comum e tem múltiplos usos. Um dos mais frequentes é o seu uso na linguagem corrente com o significado de ou em palavras aparentadas (ex.: óleo/azeite) ou em oposição (ex.: água/vinho). É igualmente usada com o valor simultâneo de e e de ou na comummente utilizada expressão e/ou (ex.: «pode utilizar lápis e/ou esferográfica», ou seja, pode utilizar lápis, esferográfica ou ambos). Integra o símbolo das percentagens (ex.: 1%) e das permilagens (ex.: 1‰) e é também usada como sinal de separação em frações (ex.: ½), em abreviaturas (ex.: A/C – «ao cuidado de»; R/C - «rés-do-chão»), ou em datas (ex.: «dia/mês/ano», a ordem mais comum entre nós; ou «ano/mês/dia», a ordem mais comum nos países anglo-saxónicos). É também usada como substituto de por em expressões numéricas (ex.: «a velocidade máxima são 120 km/h»). Ainda com o valor de ou é utilizada para indicar números de telefone alternativos (ex.: 21 798 20 00/01). E na referenciação de leis, decretos-lei e outras tipologias jurídicas usa-se para separar o número do diploma do respetivo ano (ex.: «Decreto-lei n.º 3/2017»).

Tem ainda usos em áreas mais específicas. Por exemplo, na catalogação de documentos é utilizada para separar o título da obras do(s) respetivo(s) autor(es) e de outras menções de responsabilidade (ex: Os Maias / Eça de Queirós), e nas pesquisas mais complexas em bases de dados bibliográficas – assentes na álgebra booleana, baseada na teoria dos conjuntos – um dos operadores booleanos é «OU» («OR»), por vezes representado por «/» ou por «|». Este operador «OR» permite combinar di...

Pergunta:

Desejava saber a tradução do termo francês "réchampir" no sentido de «pôr em relevo as partes mais profundas de um móvel ou quadro ao pintar os contornos» e «trabalhar sobre uma oposição de cores».

Com os meus antecipados agradecimentos.

Resposta:

Réchampir usa-se em pintura, nas artes decorativas e também na construção civil, para referir a pintura de contornos, de pormenores, de detalhes, de elementos decorativos, em cor contrastante com o fundo em que se integram. Não existe – que conheçamos – uma tradução que exprima com precisão o conceito de réchampir. A que mais se pode aproximar será talvez «realçar». Teríamos assim de cunhar uma expressão composta – por exemplo: «pintura de realce», ou similar – que, porém, não parece ter uso em português. O que é de uso para exprimir a ação de réchampir é fazer menção do elemento que se quer destacar e eventualmente de um verbo como pintar, decorar ou outro, por exemplo: «com filetes pintados a branco», «com frisos pintados a branco», «com bordadura pintada a branco», «com elementos decorativos pintados a branco», «com barras pintadas a branco», «com cimalha pintada a branco».

<i>Contacto</i>, e não

«Dirija-se à caixa automática para pagamento ou contato com a EMEL».

Um destes dias, no parque de estacionamento junto à estação de Metro de Entrecampos, em Lisboa, dei com o aviso da EMEL, cujo texto se reproduz acima. (...)

<i>Aquela</i> ou <i>àquela</i>?

«Pelo que li, Jorge Ferreira está de consciência tranquila quanto
aquela arbitragem que fez no jogo Paços [de] Ferreira-Benfica.»
A Bola, 26 de fevereiro de 2016, p. 43.

Não é «aquela arbitragem» mas «àquela arbitragem». (...)

assessor?" class="img-adjust">

  «Antes de ser acessor de Cavaco, David Justino foi ministro da Educação de Durão Barroso.»
Público, 14/02/2016, p. 9.

Se o jornalista que legendou a imagem já tivesse sido assessor de imprensa, por certo não escreveria "acessor"…