Pergunta:
1. Gostaria de, primeiro que tudo, deixar uma sugestão. Porque não acrescentar no título das respostas o nome próprio do consulente, para facilitar a pesquisa?
2. Penso que uma das três questões que coloquei ainda está em aberto, ou então foi respondida, sob um título, que me escapou.
3. Tudo o que é bom pode melhorar.
Assim o Ciberdúvidas, além de ser um (excelente) esclarecedor disso mesmo, dúvidas, poderá também ser um local de diálogo.
Quando questionei a ausência de verbo numa frase, o motivo foi a sensação de que a escrita passa por fases (modismos) que o futuro mostrará, ou não, a sua fixação à linguagem corrente.
Claro que a liberdade literária tudo ou quase tudo permite, quando o escritor consegue transmitir a ideia de qualidade.
Vejamos então a situação no concreto.
Tomemos a seguinte construção: «(...) bebés atirados contra a parede, mulheres violadas, velhos decapitados. Em aldeias do fim do mundo, lugares obscuros, sem hotéis de cinco estrelas, nem minibar.»
Em questão a segunda frase, e mais concretamente a colocação do ponto final antes de "em aldeias".
Nem se discute a qualidade literária de quem subscreve esta frase, cujo nome não vem ao caso, mas seria necessário aquele ponto final?
Querem comentar?
Resposta:
Respondo aos três pontos propostos:
1 - Quando respondo, ponho sempre o nome da pessoa, seguido da resposta; ou das respostas, quando o consulente apresenta («apresenta» e não «coloca») mais de uma questão.
2 - Respondi às três questões propostas.
3 - Vamos, então, ao texto apresentado:
«... bebés atirados contra a parede, mulheres violadas, velhos decapitados. Em aldeias do fim do mundo, lugares obscuros, sem hotéis de cinco estrelas, nem minibar.»
De facto, antes de «Em aldeias» podia não haver ponto final. Mas explica-se a presença dele. A paragem em «decapitados» leva-nos a meditar naquela situação horrível, que acabámos de presenciar mentalmente - a quem leu e a quem escreveu. Esta é uma explicação psicológica do ponto final.
Se quisermos evitar a referida frase sem verbo, podemos substituir o ponto final por um travessão. Fica assim a frase integrada na anterior, provavelmente com verbo depois de completada: «(...) velhos decapitados -- em aldeias (...).»