José Mário Costa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
José Mário Costa
José Mário Costa
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Jornalista português, cofundador (com João Carreira Bom) e responsável editorial do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Autor do programa televisivo Cuidado com a Língua!, cuja primeira série se encontra recolhida em livro, em colaboração com a professora Maria Regina Rocha. Ver mais aquiaqui e aqui.

 
Textos publicados pelo autor
A resistência às <i>manifes</i> e o vezo às

A resistência às manifes e o vezo às “manifs” voltaram a emergir, um pouco por todo o lado, nos registos jornalísticos das grandes manifestações de 15 de setembro, contra a austeridade e as medidas recessivas em Portugal e por toda a Europa, em geral. E, claro, nos comentários e escritos deixados na blogosfera, por regra ainda mais descuidados. É repetido, mas não custa nada lembrar o que Carlos Rocha já clarificara no anterior apontamento "Manifs" e manifes:

Uma moral fortemente abalada

«Todos sabemos que não é só nos Jogos Olímpicos que Portugal fica aquém das metas e longe das medalhas. Mas se no desporto essas falhas têm sobretudo consequências para a moral nacional, na economia costumam ter preços bem mais altos.» Editorial do jornal Público de 24 de agosto de 2012, sob o título "Falta saber o preço de não atingir a meta".

 

Um <i>h</i> pela medida grossa

Medidas até podia havê-las, para o caso em apreço (o “vapor” «que vai faltando» à publicidade nos media portugueses, na televisão em particular). Não as havendo, o “h” naquele há medida que só mesmo pela medida grossa.

/Félis/, tal como quer e diz, sempre, António Bagão Félix
Erro recorrente nos "media" portugueses

A incorreta pronúncia do apelido atleta portuguesa Dulce Félix  voltou a ouvir-se, apropósito da sua vitória na pova dos 10 000 metros dos Campeonatos  Europeus de Atletismo, em Helsínquia

Um superlativo <b>mais bem estudado</b>, convinha...

Qualquer bom aluno sabe que a forma melhor do advérbio bem não se utiliza antes do particípio passado dos verbos usados com valor adjetival, mas, sim, a forma analítica mais bem (mais bem feito, mais bem estudado, etc.).

Não é, manifestamente, o caso ao lado assinalado1. Um caso, de tão repetido, que justificava, pois, uma melhor preparação. Era só o assunto estar mais bem estudado no jornal que erigiu o Acordo Ortográfico como fonte de todos os maus tratos à língua portuguesa.