Pergunta:
Eu quero saber sobre a regência do verbo privar, pois eu li uma questão que tem como resposta que o verbo privar é transitivo direto, e eu não entendo. Pois quem priva, priva de alguma coisa, portanto, deveria ser transitivo indireto.
Resposta:
O verbo privar é um verbo transitivo indirecto e pode reger as preposições com e de.
a) Privar com: «conviver com, ter relações de amizade com alguém». Ex.: «Quando estudava em Coimbra, privava com uma conhecida família no meio intelectual.»
b) privar-se de: «passar sem; dispensar, prescindir de.» Ex.: «Foram tempos difíceis, em que tivemos de nos privar de muita coisa»; «Privou-se do vinho e do tabaco, por ordem do médico»; «Não se quis privar das suas comodidades»; «A pobre mulher privava-se de tudo, para poder pagar o curso da filha.»
O verbo também pode ser bitransitivo (directo e indirecto), por se construir com objecto directo e indirecto:
c) privar alguém de: «retirar algo a alguém; impedir de; tirar a alguém». Ex.: «O Governo diz que não quer privar os cidadãos dos seus direitos»; «Lamenta-se a decisão do Governo, que privou os jornais [impediu os jornais que tivessem] de receitas»; «Não vos quero privar do prazer de uma bela refeição.»