Pergunta:
O verbo ensinar não se usa com a preposição a («a alguém»)? Estão correctas as inúmeras frases agora colocadas nas ruas de Lisboa, a propósito da visita do Papa? Exs.: «Confiar foi o Pai que me ensinou», «Rezar foi o Pai que me ensinou», «Partilhar foi o pai que me ensinou». E sem qualquer tipo de pontuação.
Agradeço o esclarecimento.
Resposta:
Embora seja nossa prática construirmos frases com o verbo ensinar em que a presença da preposição a esteja implícita, a realidade é que esse verbo pressupõe vários tipos de construção que estão intimamente relacionados com a sua classificação — como transitivo directo, como transitivo indirecto e, também, como transitivo directo e indirecto — em função da presença e do tipo de complemento que selecciona.
De qualquer modo, o uso da preposição a não se restringe a uma ou a outra função (complemento directo ou complemento indirecto) nem está dependente dos sentidos atribuídos a ensinar: o de «instruir», o de «dar a saber», o de «mostrar» ou o de «leccionar».
Reparemos nas seguintes frases:1
a) «O professor ensina os alunos» [GN (Suj.) + V (Predicado) + GN (C.dir.)] (V. Tr. Dir. - ensinar = instruir)
b) «Divulgar a triagem do lixo ensinará a população» [Frase não finita (Suj.) + V + GN (C. dir.)] (V. Tr. Dir. - ensinar = instruir)
c) «O manual ensina que a batalha teve lugar no século XVIII» [GN (Suj.) + V + Frase finita (C. dir.)] (V. Tra. Dir. - ensinar = dar a saber)
d) «A demonstração ensina