D´Silvas Filho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
D´Silvas Filho
D´Silvas Filho
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D´Silvas Filho, pseudónimo literário de um docente aposentado do ensino superior, com prolongada actividade pedagógica, cargos em órgãos de gestão e categoria final de professor coordenador deste mesmo ensino. Autor, entre outros livros, do Prontuário Universal — Erros Corrigidos de Português. Consultor do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa.

 
Textos publicados pelo autor

Pergunta:

Fotolito tem acento?

Como se pronuncia? (fotolÍto) ou (fotÓlito)?

Resposta:

No meu entender, é preferível a forma fotólito ¦tó¦ (do grego `photós´, etc.). É assim que o termo está registado no Vocabulário da Academia de Lisboa, no Vocabulário de Rebelo Gonçalves, no dicionário Universal da Texto, etc.

Mas alguns técnicos usam fotolito ¦lí¦. Esta variante está assim registada, como redução de fotolitografia, no dicionário Aurélio, ideia que me parece perfeitamente aceitável. Aliás, José Pedro Machado distingue fotólito (silicato hidratado, etc.) de fotolito (chapa de metal com imagem fotolitográfica, etc.).

Como vê, não há consenso. Se usa a variante fotolito, tem aqui argumentos para se defender de alguma observação purista com que tentem corrigi-lo.

Veja a minha resposta ao tema estereótipo.

Ao seu dispor,

Pergunta:

Gostaria de saber quais as regras para o uso de abreviaturas (plural e singular).

Se possível, gostaria de indicações sobre materiais que falem sobre o assunto.

Resposta:

As regras que sigo nas abreviaturas são, em linhas gerais:

i É costume usar as primeiras letras da palavra abreviada (ex.: observação: obs.)

ii Podem-se usar também as últimas letras, em expoente (ex.: Manuel: M.el ) ou não (ex.: Senhora: Sra.)

iii Quando se usam letras em expoente, o ponto, sinal obrigatório de todas as abreviaturas, fica imediatamente antes destas letras e não depois (ex.: Padre: P.e e não "Pe.".

iv Nas abreviaturas dos nomes, assim como nas dos numerais cardinais,  as letras são todas obrigatoriamente seguidas por pontos (ex.: Silvas Filho: S.F.; 1.º de Maio). Mas muitas siglas já são escritas sem pontos (ex.: ONU). Os símbolos das unidades também não têm pontos (ex.: kg)

v Algumas vezes as abreviaturas são conjuntos separados por espaços (ex.: Nota da redacção: N. da R.)

vi Normalmente não é indicado o plural nas abreviaturas, mas quando essa indicação é necessária, acrescenta-se o s (ex.: páginas: págs.; Excelências: Ex.as). Também se pode duplicar a letra quando a abreviatura for uma única letra (ex.: páginas: pp; letras bês: bb).

O Vocabulário Ortográfico da Academia das Ciências de Lisboa e a Grande Enciclo...

Pergunta:

Em que ano entrará em vigor a reforma gramatical na língua portuguesa, com a finalidade de padronizá-la?

Resposta:

Se se refere ao novo acordo ortográfico para toda a lusofonia, a sua assinatura foi feita em 1990. Dez anos depois, continua na gaveta, e ainda não se sabe quando/se irá entrar em vigor.

Quanto a uma gramática conjunta, existe uma obra com autoria de um brasileiro e de um português: a "Nova Gramática do Português Contemporâneo", de Celso Cunha e Lindley Cintra, que é aceite nos dois países.

Sublinho, porém, que nunca será possível (e de utilidade duvidosa) haver um padrão invariável na lusofonia. Uma das riquezas desta nossa comum língua, que foi a todo o Planeta, são as suas variantes.

Ao seu dispor,

Pergunta:

Gostaria de saber qual é a sílaba tónica da palavra diospiro.

Resposta:

A sílaba tónica é diós. A palavra é proparoxítona.

Ao seu dispor,

Pergunta:

Como se deve dizer?

Unidade, dezena, centena, milhares, dezenas de milhar, centenas de milhar , etc...

Ou

Unidade, dezena, centena, milhares, dezenas de milhares, centenas de milhares, etc...

Na tabuada, aprovada pelo Ministério da Educação, a 1ª hipótese é a ensinada.

Resposta:

A escolha reside nas alternativas: `dezenas de milhar´ ou `dezenas de milhares´, etc. O assunto não é pacífico. A generalidade dos linguistas prefere a expressão `dezenas de milhares´, porque as dezenas são feitas de milhares. No entanto, existe a tendência na língua para que conjuntos com a preposição de formem o plural só no primeiro elemento, considerando-se então o último como um determinante (ex.: pães-de-ló, fins-de-semana, casas de jantar, etc.). A minha opinião é que não deve ser intransigentemente condenada a grafia de 'dezenas de milhar', que, como diz, é adoptada pelo Ministério da Educação.