Pergunta:
Como ensinar crianças do 1.º e 2.º CEB [ciclo do ensino básico, em Portugal] as normas de orientação para a conjugação do mais-que-perfeito (em qualquer modo e tempo) e do modo conjuntivo em qualquer tempo? É suposto relacionar com a expressão que os pode anteceder como: «se eu...» ou «que eu...»?
Resposta:
Embora o pretérito mais-que-perfeito do indicativo simples seja pouco usado, substituindo-se pelo pretérito mais-que-perfeito-composto, compreendemos que tenha de ser ensinado. Este tempo indica uma acção que ocorreu antes de outra já passada. Por se chamar pretérito, refere-se, naturalmente, ao passado.
A melhor forma de abordagem é:
1.º — Fazer ver aos meninos que, em qualquer língua, há só três referências, no que concerne à noção de tempo: passado, presente e futuro.
2.º — Referir que a palavra pretérito significa «passado».
3.º — Ajudar os meninos a reportar-se a alguns acontecimentos que já ocorreram.
4.º — Tentar sempre explicar as situações através de exemplos simples, em contextos que os meninos captem com facilidade.
Para este caso particular, por exemplo:
a) «Ontem, a professora explicou os tempos dos verbos durante muito tempo; o assunto tornara-se [pode substituir-se por «tinha-se tornado»] tão aborrecido, que alguns meninos adormeceram.»
— perguntar que acções se relatam neste exemplo e analisar que acção ocorreu primeiro e que acção ocorreu a seguir.
b) «No domingo passado, quando a minha avó chegou para me visitar, eu ainda não tinha acordado [a forma acordara raramente se usa em linguagem corrente].»
Referir que, na linguagem literária (histórias, contos, romances) é a forma simples deste tempo que se usa mais, para indicar um facto vagamente situado no passado («... a princesa fora abandonada e ficara caída no meio da floresta...»; no dia-a-dia, substituímos pelo pretérito imperfei...