Pergunta:
Gostaria de saber se há algum documento que comente que a manutenção do h em Bahia foi uma reivindicação dos baianos, conforme o escrito [na resposta "Bahia e baía: porquê?].
Resposta:
Para a elaboração desta resposta, não foi possível encontrar fontes que documentem a «reivindicação dos baianos», que, segundo Duda Guennes (falecido em 2011), teria levado a Academia Brasileira de Letras a permitir que forma Bahia fosse usada. No entanto, supõe-se que, segundo a crítica feita por Napoleão Mendes de Almeida (1911-1998), no seu Dicionário de Questões Vernáculas (1994), à legitimação da forma Bahia1, «um decreto de 1931 do estado baiano e a pessoal injunção do chefe da delegação brasileira do sistema de 1945, natural desse estado, é que nos impingiram essa vileza gráfica».
Sem hipótese de acesso ao referido «decreto de 1931 do estado baiano», consegue-se, no entanto, saber quem era «o chefe da delegação brasileira dos sistema de 1945», isto é, a pessoa que estava à frente da representação do Brasil nas negociações conducentes ao Acordo Ortográfico de 1945 (AO 1945): tratar-se-á de Pedro Calmon (1902-1985), que aparece identificado como presidente da delegação brasileira. No entanto, no texto das Bases Analíticas do AO 1945, não se encontra indicação de Bahia constituir a grafia correta do topónimo em apreço, o que poderá levar a pensar que, afinal, Pedro Calmon não terá interferido diretamente na imposiç...