Pergunta:
Num texto dado à estampa ("Pela democracia e pelas liberdades na Catalunha", Público, 23/04/2019), um dos subscritores identifica-se como "mediólogo". Sendo quem é – o professor universitário especialista na área dos media J.-M. Nobre-Correia –, depreende-se que a palavra pretende significar isso mesmo: estudioso dos media.
Acontece que não encontro essa definição regidstada em nenhuma fonte autorizada. Pelo contrário, no Brasil, o termo equivale a «especialista em classe média – classe-mediólogo» (cf. revista Veja).
Fico agradecido pelo esclarecimento.
Resposta:
Trata-se de uma inovação lexical, isto é, de um neologismo do português de Portugal, que, embora correto, não pertence à linguagem corrente, antes se adequando a âmbitos de referência especializados. É, pois, compreensível que o vocábulo mediólogo ou medióloga não figure nos dicionários gerais, nem mesmo nos mais recentes.
Uma pesquisa na Internet permite confirmar que a palavra ocorre já há alguns anos, com o significado definido pelo consulente: «especialista em estudos sobre media». É um termo bem formado, composto pela palavra media*, «meios (de comunicação) de massas», e o elemento compositivo -logo/loga, «o que estuda, conhece, é especialista em». Também se pode formar mediologia, interpretável como «estudo dos media».
Observe-se que, no Brasil, ocorre a forma mídia, em lugar de media, pelo que os compostos correspondentes aos usos de Portugal, são midiólogo e midiologia, palavras que se atestam em páginas da Internet, com significado próximo de mediólogo e mediologia.
Quanto à forma "classe-mediólogo", diga-se que é uma palavra possível, constituída pela expressão «classe média» e o referido elemento compositivo -logo/loga, não constituindo, portanto, um composto em que participe o termo media. Além disso, é uma criação jocosa do jornalista Reinaldo Azevedo, que a inclui no artig...