No apontamento desta semana, a professora Carla Marques trata a etimologia da palavra azeitona.
(Apontamento divulgado no programa Páginas de Português, da Antena 2, em 10/03/2024)
Doutorada em Língua Portuguesa (com uma dissertação na área do estudo do texto argumentativo oral); investigadora do CELGA-ILTEC (grupo de trabalho "Discurso Académico e Práticas Discursivas"); autora de manuais escolares e de gramáticas escolares; formadora de professores; professora do ensino básico e secundário. Consultora permanente do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, destacada para o efeito pelo Ministério da Educação português.
No apontamento desta semana, a professora Carla Marques trata a etimologia da palavra azeitona.
(Apontamento divulgado no programa Páginas de Português, da Antena 2, em 10/03/2024)
Na frase «com Maria também apareceu a luz», qual é a função sintática de "Com Maria"?
Estou muito confuso, pois parece-me ser um modificador, já que nos mostra as circunstâncias em que a ação ocorreu. No entanto, não sei se será um complemento oblíquo, na medida em que há verbos com exceções, não é?
Obrigado pela vossa ajuda.
O constituinte «com a Maria» desempenha a função sintática de modificador (do grupo verbal).
O verbo aparecer com o sentido de «tornar-se visível; mostrar-se» é intransitivo, o que significa que não seleciona complementos. Por essa razão, a frase apresentada é gramatical sem o constituinte «com a Maria»:
(1) «A luz apareceu também.»
Este facto indica-nos que o constituinte não é complemento oblíquo, pois, se desempenhasse esta função, a frase ficaria agramatical, pois tratar-se-ia de um constituinte necessário ao verbo. Como não é o caso, o constituinte «com a Maria» relaciona-se com o verbo como modificador do seu sentido.
Disponha sempre!
Procuro saber a forma correta e mais cordial de me dirigir numa carta de apresentação.
Isto é, «Ex.mos Srs.» é adequado considerando que do outro lado pode estar uma senhora?
Obrigado.
Nestes contextos, de forma a procurar usar uma linguagem inclusiva, deve-se, sempre que possível, substituir a referência às pessoas pela função, órgão ou entidade.
Alguns exemplos:
(i) usar «À Presidência do Conselho Diretivo» em lugar de «Exmo. Sr. Presidente do Conselho Diretivo»;
(ii) preferir «À Direção-Geral» em vez de «Exmo. Senhor Diretor-Geral»;
(iii) usar «Família Silva» em vez de «Sr./a Silva».
Disponha sempre!
Na frase, do mesmo texto de Saramago, «Os amigos diziam-lhe que tinha um grande futuro na sua frente, mas ele não deve ter acreditado, tanto assim que decidiu morrer injustamente na flor da idade.», a oração «que decidiu morrer injustamente na flor da idade», para mim, é uma coordenada explicativa (por isso decidiu morrer), mas o facto de começar por «tanto assim», (de tal maneira que) pode ser considerada uma adverbial consecutiva? Neste último caso, qual será a subordinante?
Muito obrigada por me tirarem as minhas dúvidas.
A oração em causa é uma oração subordinada adverbial consecutiva.
A expressão «tanto assim que» é usada em língua portuguesa em construções de natureza consecutiva.
Assim, no segmento frásico transcrito em (1), o operador consecutivo tanto sinaliza a oração que se inicia pela conjunção que e que se coloca a negrito:
(1) «[…] mas ele não deve ter acreditado, tanto assim que decidiu morrer injustamente na flor da idade.»
Disponha sempre!
A palavra gravaneiro tem alguma origem regional específica?
A palavra gravaneiro é usada nalgumas regiões com sentido de «aguaceiro». De acordo com o dicionário, gravaneiro tem relação com gravana, um substantivo usado para referir o vento do golfo da Guiné que sopra de sul e sueste e, em São Tomé e Príncipe, para designar a estação mais fresca no arquipélago (Dicionário Houaiss). Segundo este dicionário, a palavra gravana tem uma origem obscura.
A palavra pertence ainda à família de gravanada, que significa «bátega de chuva grossa e pouco duradoura; saraivada acompanhada de vento» (Dicionário Priberam).
Disponha sempre!
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