Ana Martins - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Ana Martins
Ana Martins
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Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas – Estudos Portugueses, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e licenciada em Línguas Modernas – Estudos Anglo-Americanos, pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Mestra e doutora em Linguística Portuguesa, desenvolveu projeto de pós-doutoramento em aquisição de L2 dedicado ao estudo de processos de retextualização para fins de produção de materiais de ensino em PL2 – tais como  A Textualização da Viagem: Relato vs. Enunciação, Uma Abordagem Enunciativa (2010), Gramática Aplicada - Língua Portuguesa – 3.º Ciclo do Ensino Básico (2011) e de versões adaptadas de clássicos da literatura portuguesa para aprendentes de Português-Língua Estrangeira.Também é autora de adaptações de obras literárias portuguesas para estrangeiros: Amor de Perdição, PeregrinaçãoA Cidade e as Serras. É ainda autora da coleção Contos com Nível, um conjunto de volumes de contos originais, cada um destinado a um nível de proficiência. Consultora do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa e responsável da Ciberescola da Língua Portuguesa

 
Textos publicados pela autora

Pergunta:

Gostaria de saber se a palavra desilusivo existe. Um filme pode ser desilusivo?

Obrigado.

Resposta:

Desilusivo encontra-se registado no dicionário da Porto Editora, significa «que causa desilusão».

O papel da cor na produção de referência um artigo de Ana Martins no semanário Sol de 23 de Maio de 2009.

Já se sabe que as cores estão associadas a valores e sensações: vermelho — amor, laranja — energia, verde — esperança, azul — tranquilidade, violeta — religiosidade, etc. É natural que assim seja, dado que a cor é a propriedade mais imediata dos objectos (e também das pessoas, segundo os racistas).

Pergunta:

Gostaria de saber que tipo de texto é uma ementa? Instrucional, ou expositivo/informativo?

Obrigada.

Resposta:

Em Charaudeau, P. (1992 — Grammaire du sens et de l´expression), a ementa, a par da listagem bibliográfica e do índice, por exemplo, figura como um procedimento descritivo: «encontramos este procedimento nos tipos de texto que têm como finalidade inventariar entidades (humanas ou não, materiais ou não) ou informar sobre a identidade de um ser» (tradução livre do francês).

De fa{#c|}to, tal como constata Charaudeau, a operação de nomear (ou apresentar uma lista de designações) é uma das três operações primordiais da descrição (as outras duas são localizar e qualificar). Por outro lado, a descrição é um modo de organização discursiva que não se pauta por uma lógica interna (no sentido em que não existe um percurso textual obrigatório para a descrição), ao contrário do que acontece com as outras tipologias textuais. (É por isso que é possível fazer um resumo de uma narrativa ou de uma argumentação, mas já não de uma descrição.)

Sobre os sinais de sobrevivência da 2.ª pessoa do plural em português europeu — um artigo de Ana Martins no semanário Sol.

 

O leitor também deve ter recebido na sua caixa de e-mail: um "postal" com duas velhinhas de lenço e avental, sentadas numas escadas exteriores de granito, com um portátil no regaço. Alguém inseriu na fotografia balões de falas, como na BD, mas não precisava: a imagem faz (sor)rir só pelo desajuste de realidades.

O estudo da deixis instaura uma nova abordagem dos fenómenos linguísticos. Ana Martins dá um exemplo em mais um artigo publicado no semanário Sol.