A. Tavares Louro - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
A. Tavares Louro
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Licenciado em Línguas e Literaturas Modernas — Estudos Portugueses e Franceses pela Faculdade de Letras de Lisboa. Professor de Português.

 
Textos publicados pelo autor

Pergunta:

Gostaria de saber qual é o coletivo de vaga-lume.

Grata pela atenção.

Resposta:

Em relação aos vaga-lumes (ou pirilampos), não é frequente usarmos o colectivo porque eles não se deslocam em grande quantidade como as abelhas ou os gafanhotos, que chegam a formar nuvens temidas pelos agricultores.

No caso de querermos usar o colectivo, devemos aplicar o termo enxame, que significa «grande grupo» e que é aplicado normalmente aos grupos de abelhas.

Pergunta:

Gostaria de saber qual a origem dos nomes Arim e Acosta.

Desde já agradeço.

Resposta:

O nome Arim corresponde à nasalização da vogal final do nome Ari também escrito Ary. Estas formas provêm do nome germânico Hary, que chegou até nós pela língua francesa.

Acosta é um apelido castelhano de origem portuguesa. Está relacionado com Cristóvão da Costa e Boaventura, estudioso de plantas tropicais no tempo das descobertas.

 

Fonte: Machado, José Pedro (2003), Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa. Livros Horizonte. 

Pergunta:

Como aparece o termo Pão de Açúcar?

Resposta:

Pão de açúcar é um doce de forma cónica feito com açúcar cristalizado. O termo também designa, «nos antigos engenhos, açúcar esfriado e clareado, depositado em formas (ô) longas para tomar consistência» (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa). No Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado, cita-se José de Souza e Azevedo Pizarro e Araújo (ou Monsenhor Pizarro), que diz o seguinte nas suas Memórias Históricas do Rio de Janeiro:

«Por semelhança das formas de barro, onde se coalha o caldo da cana já purificado e feito em melado, ou em calda de ponto grosso, para se reduzir a açúcar, cuja figura toma depois da sua consistência perfeita, fizeram conhecer com esse nome a rocha volumosa e alta 97 braças perpendicularmente, sita ao poente da entrada da barra, que serve de farol aos navegantes do porto [do Rio de Janeiro].»

O topónimo Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, terá, portanto, origem na comparação da forma do morro assim chamado com a realidade que é nomeada pão de açúcar, num processo de metaforização.

Pergunta:

Tive um teste de Língua Portuguesa, e uma das questões gramaticais pedia para colocar no grau superlativo sintético o adjectivo miserável.

Gostaria que me tirassem esta dúvida, pois fiquei muito confusa com a variedade de respostas dos meus colegas.

Obrigada pela compreensão.

Resposta:

O adjectivo miserável tem origem no adjectivo latino miserabilis, miserabile, do qual se formou o superlativo sintético miserabilíssimo. É, portanto, uma palavra erudita, visto que entrou, na língua portuguesa, por via culta.

Pergunta:

Antes de mais, queria felicitar-vos pelo vosso site. Descobri-o há pouco tempo; nunca imaginei que me desse tanto jeito como tem dado até hoje.

Estive à procura nos vossos artigos, mas não encontrei nada sobre o que pretendia. Eu gostaria de saber qual é a estrutura do protesto e quais as regras que se tem de seguir para escrever um.

Agradeço desde já a atenção.

Resposta:

O autor do protesto deve pôr em realce a entidade à qual é dirigido o protesto.

«Exmo. Sr.»/«Exmo. Sr. Presidente de...»/«Exma. Sra. Coordenadora...», etc.

No início do texto, deve apresentar-se e informar sobre o conteúdo genérico do protesto.

Depois, de forma clara e circunstanciada, apresenta as suas razões ou relata, desenvolvidamente, os acontecimentos que fundamentam o protesto.

Apresenta uma solução ou um pedido para seu interesse pessoal ou para o interesse geral.

Despede-se, apresentando cumprimentos.

Indica o local e a data em que foi apresentado o protesto.

Assina o documento. 

Se julgar conveniente, apresenta a morada e outras referências para que lhe seja dada resposta pessoal.