Mil e tal Nomes Próprios, de Ana Belo – publicado pela primeira vez em 1997 (ArtePlural edições), como refere a autora na respetiva Introdução, comporta 1050 entradas, no total de dois mil nomes, neles incluídos as variantes e arcaísmos registados ao todo. Resulta de uma fusão de duas suas anteriores obras, Nomes Próprios e Novas Opções para Nomes Próprios – a primeira com 515 nomes próprios usados mais frequentemente em Portugal, e a segunda integrando outros 600 nomes de origem estrangeira já correntes na onomástica entre portugueses, como é o caso das Miriam, das Nora ou dos Iago, entre tantos outros.
No primeiro capítulo, especifica-se a origem (etimologia) de cada nome e a história correspondente, exemplificados por quem o usou ao longo dos tempos, entre personalidade e celebridades do atual mundo mediático. É o caso de Amauri, derivado do alemão Amarik (amal, «laborioso» + rik, «poderoso»), de que resultou os portugueses Américo, para homens, e América, para mulheres; de Ingrid, originário do escandinavo Ing (deusa da Fertilidade) e rior («loura»), nomes das atrizes suecas Ingrid Bergman e Ingrid Thulin: ou de Milo, forma latina do saxónico Miles, entrado no português já na Idade Média, mas vulgarizado só a partir do séc. XX (Miles Davis).
No segundo bloco é traçado o perfil psicológico de cada um dos nomeados, na perspetiva da astrologia e da numerologia, «essa ciência milenar que proclama a influência dos números na nossa vida». Por exemplo, Marte e Saturno estão correlacionados aos nomes Eugénio e Eugénia, Júpiter a Silvestre e Mercúrio e Urano a Vasco.
Uma última linha de cada entrada descreve os números correspondentes a cada um dos designados: os relacionados com a personalidade («a cada nome corresponde um número obtido pela soma dos valores ponderados para as letras que o compõem»); o que determina o planeta associado ao nome da pessoa; o respeitante ao seu «interior», i.e, ao «mais profundo do ser» nomeado (número alcançado pela soma das vogais); e o relativo ao «estar exterior» ( v.g., a sociabilidade, cujo número corresponde à soma das consoantes do nome usado).
Obra preciosa, até pelo ineditismo da informação tão diversificada associada a cada um dos 1050 nomes próprios nela registados, só se encontra hoje nalgumas bibliotecas ou no mercado dos alfarrabistas.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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