Segundo dados do Instituto dos Registos e Notariado, no ano de 2016 houve em Portugal mais de 1300 raparigas e um número ligeiramente inferior de rapazes registados com um nome que não foi partilhado por mais ninguém.
Santiago foi o nome de rapaz mais escolhido o ano passado, tendo destronado João, que se mantinha na liderança do ranking masculino há três anos. Mas não se assuste, nas meninas a tradição ainda é o que era: Portugal continua um país de Marias. Durante 2016, segundo dados do Instituto dos Registos e do Notariado, houve 5677 crianças registadas com o primeiro nome Maria, um número três vezes superior ao do segundo lugar do ranking das raparigas, que pertence a Matilde.
O Top 10 das meninas manteve exactamente os mesmos nomes de 2015, ainda que tenha havido algumas mudanças de posição. Isso mesmo aconteceu com Matilde que subiu de terceira para segunda da lista, tendo trocado posição com Leonor. Também Carolina e Beatriz. Mariana e Ana mantiveram-se, respectivamente, no sexto e sétimo lugar. Sofia subiu da décima para a oitava posição, sendo seguida por Inês e Margarida.
No Top 10 dos rapazes há dois nomes novos. Entrou Duarte, que tinha abandonado o pódio em 2015, e Lourenço, o que significou a saída de Guilherme e de Gabriel. Cinco nomes próprios mudaram de posição neste ranking, contra três que se mantiveram no mesmo lugar de 2015 (Afonso, Tomás e Miguel). João desceu ao segundo lugar e Francisco subiu ao terceiro (em 2015 era quinto). Martim foi o que mais desceu, da segunda para a quinta posição.
Nomes em desuso
A par do tradicional Maria destacam-se nas meninas nomes menos comuns até há uns anos, como Lara (escolhida 853 vezes) que ultrapassa as 628 Joanas registadas o ano passado. Luana (492), Camila (410) e Letícia (367) aparecem à frente de Luísa (296), Isabel (159) ou Bárbara (158), numa lista que conta com quase 2100 nomes femininos. Igualmente surpreendente é que nomes que começam por letras que só no final do século passado entraram no alfabeto português sejam tantas vezes escolhidos. É o caso de Yasmin adoptado 278 vezes, Yara escolhido 248 ou Kyara 163. Nos rapazes também há nomes invulgares que aparecem muitas vezes. Enzo, por exemplo, foi adoptado 376 vezes, Isaac 262 e Kevin 260.
Na situação oposta, estão nomes que já foram vulgares mas que estão a cair em desuso como Paula (13), Sandra (12) ou Lurdes (2). O fenómeno repete-se nos homens, com Domingos (11), Américo ou Rogério (ambos escolhidos apenas sete vezes).
Desengane-se quem pensa que falta originalidade a quem escolheu o nome de um bebé o ano passado. Mais de 1300 meninas e um número ligeiramente inferior de meninos foram registados com um nome que não foi partilhado por mais ninguém nesse ano. Aqui encontram-se nomes estranhos como Ânia, Edna ou Edegarnia para elas e Alírio, Egídio ou Dárcio para eles. A maior parte, contudo, são nomes que parecem claramente associados a outras línguas ou outras nacionalidades como Jacqueline, Itamara ou Évelyn para as raparigas e Cleber, Lyam ou Gabrieli para rapaz.
Notícia corrigida às 16h09: No top 10 dos rapazes há dois e não um novo nome. São eles Duarte e Lourenço.