Quem seja falante nativo de uma língua indo-europeia como o português e queira aprender quimbundo, gitonga ou macua, mais tarde ou mais cedo, terá de se acomodar a padrões gramaticais bastante diferentes. Umas vezes, sentir-se-á desconcertado com o uso de prefixos que se ligam aos nomes para os organizar em classes; outras, ficará intrigado com os princípios e as restrições que presidem à organização dos sons dessas línguas.
De tais realidades dá conta Ernesto d´Andrade, professor e investigador da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que traça, de forma acessível, o mapa linguístico de África, dando especial relevo às línguas bantas, parte essencial da herança pré-colonial de Angola e Moçambique. Seguem-se capítulos dedicados à Fonologia e à Morfologia desses idiomas, no sentido de problematizar exemplos que, em última análise, decorrerão das propriedades gerais da faculdade da linguagem. Esta obra contribui assim para compreender melhor sistemas linguísticos com os quais o português está em contacto há mais de 500 anos.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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