Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.

Depois de a PT anunciar «Xamadas a zero xêntimos por minuto», vem agora a UZO oferecer um serviço telefónico a baixo preço para todas as redes — e avisa: «Cênt.-se para não cair».

Sem cairmos em nostalgias bafientas, há que reconhecer que deixaram saudades sloganes de antigamente, como «Aquela máquina!» (Regisconta) ou «Foi você que pediu um Porto Ferreira?». Alguns entraram até no linguajar da época; outros ecoam ainda nos dias de hoje. Lembro somente o título do livro de Dinis Manuel ...

Parece-me, no mínimo, pouco profissional que o jornal [Público] apresente na sua plataforma “on-line” um vídeo (e respectivo texto escrito)1 com um erro grave de português. Será mais um "detalhe", será mais «uma coisa do diabo». Mas fica tão mal...

Falo do vídeo "Cultura: O rapaz do YouTube que se tornou estrela de cinema" ("link" aqui), em que a narradora (jornalista?) utiliza "entretia" como sendo a conjugação do verbo entreter na terceira pessoa do singular no pretérito imperfeito.

Vale a pena revisitar o tema das gralhas, lapsos e erros crónicos do jornal Público, que afectam a sua imagem junto dos leitores.

 

Não fora o mau serviço prestado aos leitores, o provedor só teria a agradecer ao responsável pelo fecho da edição de segunda-feira (24 de Março). É que a manchete desse dia, «Fisco multa noivos que não derem informações sobre casamanto», acentu...

Joaquim Vieira, novo provedor do Público, debruça-se, nesta crónica*, sobre vários e permanentes erros de um jornal que já teve como imagem de marca a preocupação pelo bom uso da língua portuguesa. Uma acentuada degradação já antes assinalada, e não poucas vezes, pelo seu antecessor no cargo, Rui Araújo.

Quem precisar de algumas dicas para decidir onde passar esta Páscoa pode recorrer a uma ou duas revistas especializadas em matéria de viagens.

Estas publicações têm como objectivo promover a compra de viagens a destinos turísticos, a lugares onde se desenvolveu uma indústria de férias. O destino turístico vai restaurar a alma e o corpo do comprador e vai ainda transformá-lo num ser distinto e singular. Daí que as "reportagens turísticas", que servem de ilustração às vistosas fotografias...

Todas as línguas sustentam e reflectem o reservatório ideológico e o conhecimento de senso comum de uma comunidade de falantes. O recurso a provérbios, ditos, rifões e, de uma maneira geral, a todas as formas sentenciosas consagradas, é o momento em que esses conhecimentos compartilhados são explicitados no discurso. A função deste procedimento é atribuir empatia e autoridade àquilo que se está a dizer.

Todas as línguas incluem termos vagos no seu léxico, termos que se situam numa penumbra de significação, que não apresentam um conteúdo conceptual preciso ou delimitado. «Coisa» é uma palavra que apresenta um grau máximo de imprecisão semântica, mas há outras, com graus intermédios, como «questão», «matéria», «elemento». São palavras que apresentam os mais longos verbetes nos dicionários. Dada a sua vagueza, estas palavras servem...

Um morto renitente

No título de uma chamada da edição electrónica do Jornal de Notícias de 7 de Março de 2008 afirmava-se com todas as letras: «Cliente foi várias vezes esfaqueado mortalmente por proprietário de loja.» Imagina-se o cliente a levar uma facada, morrer e depois ressuscitar para levar outra mortal e assim sucessivamente.

Informação algo nebulosa

 

É certo que há dicionários que registam nubloso e nubiloso como sinónimos de nebuloso, mas é bom não esquecer que nebulosidade, como névoaé descendente do latim nebula e não do latim nubes (que deu nuvem). Nebulosidade, única forma dicionarizada, é a qualidade do que é nebuloso (do latim nebulosus).

Nenhum falante conhece todas as palavras da sua língua materna. Por exemplo, escaque, soleto ou epónimo são palavras de que, seguramente, a maioria dos falantes nativos do português nunca ouviu falar.