Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.

Numa entrevista à Correio da Manhã TV, e a propósito da celeuma à volta dos  incidentes com o  treinador do Benfica,  Jorge Jesus, no final do  jogo com o Vitória de Guimarães para a Liga Portuguesa, o presidente do clube, Luís Filipe Vieira, tropeçou no verbo desapertar:

Um «meia culpa» que bem reclama um <i>mea culpa</i>…

Há uns anos, numa Volta a Portugal em Bicicleta, um jornalista, entrevistando o camisola amarela, depois de uma etapa desportivamente pouco feliz, perguntou-lhe algo do tipo: «Então está disposto a fazer o seu “mea culpa” relativamente ao que hoje correu mal?», obtendo como resposta: «Meia culpa, não, culpa toda, porque sou o principal responsável […]».

A (errada) repetição do artigo definido na citação de jornais com eles já incluídos nos respetivos títulos é o tema desta crónica publicada na coluna semanal do autor, no jornal i, de 12 de setembro de 2013.

 

Um «a fim» nada «afim»

«Afim de capturarem um perigoso terrorista a CIA estende-lhe uma armadilha contando para tal com a ajuda de um sósia do criminoso» (sinopse do filme Caça ao Terrorista, exibido em 27 de agosto (21h30), no canal Hollywood.

 

O que deveria lá estar era a locução «a fim de», que significa «para», «para que», «com o propósito/a finalidade/o intuito/o objetivo/a intenção de», e não o adjetivo afim, que significa «que tem afinidade, semelhança ou ligação». (...)

A propósito dos presumíveis autores dos incêndios que, por estes dias, fustigam Portugal, refere um leitor do Público:


«Quem foram essas pessoas? Residentes locais, moradores perto das zonas ardidas? Pessoas com atividade suscetível de beneficiar da terra queimada? Madeireiros? Pastores? Criadores de gado? Dementes mentais? […]» (14 de agosto de 2103, p. 44; grafia atualizada por nós).

Sobre como a opção pela reportagem em direto, em situações de catástrofe, nem sempre coincide com o uso sereno que a boa gramática exige. Texto do autor publicado no jornal “i” de 1/07/2013.

 

As primeiras notícias não indicavam que a tragédia ferroviária de Santiago de Compostela iria assumir as proporções que mais tarde se verificaram.

«Foi-lhe, contudo, impossível fazê-lo por indisponibilidades várias – mas não deixou de avisar que amanhã estará às 9.30 na Estrela para seguir à frente da equipa de futebol em direção ao cemitério dos Prazeres, onde se cumprirão as ezéquias fúnebres.»

Referia uma pequena notícia n'A Bola (30 de julho de 2013, p. 4) para explicar a ausência do atual presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, do velório de Fernando Martins, antigo líder daquele clube.

«Com Catió Baldé e Bebiano Gomes, empresário e advogado do extremo, as posições ficaram estremadas […]»,  escrevia-se, assim mesmo, no semanário Expresso (Primeiro Caderno, 20 de julho de 2013, p. 37), a propósito de uma notícia sobre o jogador do Sporting, <a href="http://www.maisfutebol.iol.pt/sporting/contrato-bruma-sporting-maisfutebo...

Os resumos dos filmes e outros programas dos canais por cabo portugueses teimam num velho erro, assinala Paulo J. S. Barata.

A confusão entre e à um erro que ameaça eternizar. Paulo J. S. Barata dá mais um exemplo colhido na comunicação social portuguesa.

Na sua habitual coluna semanal, numa crónica intitulada "Choque e Pavor", Daniel Oliveira escreve: