Controvérsias // Género Senhora Presidente O caminho que vai do erro à norma é longo e irregular, tão longo e irregular como a história dos povos. No sistema não unitário que é uma língua, entrecruzam-se diversos subsistemas resultantes de situações sociais, históricas, culturais e geográficas também diversas. Lindley Cintra e Celso Cunha, na Nova Gramática do Português Contemporâneo, distinguem «três tipos de diferenças internas que podem ser mais ou menos profundas: Teresa Álvares · 8 de agosto de 1997 · 6K
Controvérsias // Género Senhora Presidenta O facto de presidenta ser o feminino de presidente não quer dizer que nos vejamos obrigados a empregar a forma feminina. Cada um fará como lhe agradar. E não é por os dicionários registarem presidenta que nos veremos obrigados a empregar tal palavra. Lembremo-nos, até, do seguinte: Há muitas e muitas formas femininas que os dicionários não mencionam: professora, advogada, aluna, empregada, enfermeira, etc. José Neves Henriques (1916-2008) · 8 de agosto de 1997 · 4K
Controvérsias Imbondeiro, sempre imbondeiro Vivi em Angola até 1955 e quem faz a língua é o povo... Sempre ouvi (rádio) e vi escrito em todas as publicações angolanas (jornais, revistas, livros, etc.) imbondeiro, tal como Ana Paula Almeida (cf. Embondeiro, in Respostas Anteriores). Autóctones e não autóctones, todos escreviam e diziam imbondeiro. Mário César Borges d´Abreu · 25 de julho de 1997 · 5K
Controvérsias Embondeiro O facto de eu afirmar que a grafia oficial é embondeiro, justificada pelo notável foneticista Gonçalves Viana pela sua origem africana, não quer dizer que não haja dicionarizada a variante imbondeiro (p.ex., de facto, na "Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira"). Embora respeite muito a grande competência do professor e poliglota Artur Bivar, neste ponto vale mais para mim a de Gonçalves Viana, o maior linguista português até a data. Para contrapor ao "D... F. V. Peixoto da Fonseca (1922-2010) · 25 de julho de 1997 · 8K
Controvérsias Torriense, naturalmente 1- É claro que podemos formar várias palavras como gentílicos de Torres Vedras: torreenses, torrienses, torrianos, torresãos, etc. Mas o que interessa é outra coisa: é ver qual a forma preferível. Para isso não é preciso comentar, discorrer e tomar posição, porque temos uma ortografia que foi estabelecida em 1945. Basta, pois, consultar um dicionário - todos eles, a partir daquela data, registam as palavras seguindo essa ortografia. Vemos, pois, que esse gentílico se deve escrever assi... José Neves Henriques (1916-2008) · 18 de julho de 1997 · 6K
Controvérsias Obviamente, Torreense (…) Designando os naturais de Torres Vedras podemos escrever torreenses, torrienses, torrianos, torresãos, e ainda outras formas gentílicas que queiramos adoptar. Todas elas estão correctas, e, para cada uma, haverá argumentos que validam o respectivo critério de adopção. Andrade Santos · 18 de julho de 1997 · 4K
Controvérsias Ser cego e não querer ver Ponto prévio: Ciberdúvidas não ministra cursos universitários, daqueles em que se descreve academicamente a história da língua e se divaga sobre as ramificações da sociolinguística. O que se propõe é bem mais simples. Se calhar, até mais difícil: ajudar a resolver as dúvidas que se colocam ao comum dos lusofalantes, do ponto de vista da ortografia, da sintaxe ou da simples pronúncia. José Mário Costa, José Neves Henriques (1916-2008) · 9 de maio de 1997 · 2K
Controvérsias A incomunicação do Ciberdúvidas Em "A língua muda toda de 50 em 50 anos?", João Carreira Bom (JCB) destempera, em verdadeiro auto-de-fé que não lembraria ao Diabo. Parece que ficou melindrado por uma citação que eu fizera de Vasco Botelho de Amaral, antiga prata da casa e antepassado do Ciberdúvidas. Carlos Sousa Ferreira · 2 de maio de 1997 · 4K
Controvérsias Ainda sobre o bilião A controvérsia à volta da equivalência do bilião levou-nos a procurar estabelecer uma espécie de ponto da situação. No Brasil bilhão, no português europeu bilião têm, de facto, modernamente significado diferente do antigo. Quando eu andava no liceu (já lá vão 60 anos!), o termo queria dizer 'mil milhões' (1 000 000 000), como o francês milliard. Na Alemanha, Espanha e Inglaterra, o ter... F. V. Peixoto da Fonseca (1922-2010) · 2 de maio de 1997 · 7K
Controvérsias Aval, avais Segundo ensinam as boas gramáticas (que são pouquíssimas…), os nomes terminados em -al fazem o plural em -ais, excepto mal (pl. males, a moeda real (pl. réis) e cal, pois de acordo com alguns pode ter como plural cales e cais. Surge agora a dúvida quanto a aval. Embora Cândido de Figueiredo e a Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira dêem o plural avales, julgamos tratar-se de francesismo desnecessário este plural (em francês é avals). F. V. Peixoto da Fonseca (1922-2010) · 2 de maio de 1997 · 14K